sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Se o Secretário de Segurança quer investigar enriquecimento ilícito no Rio, deveria começar por Cabral.

De repente, o óbvio. Diante da crise da Polícia no Rio de Janeiro, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, anuncia pretender investir pesado na investigação dos sinais aparentes de riqueza de policiais da banda podre das duas corporações, Civil e Militar. Para tanto, disse que já existe uma resolução sendo analisada pela Procuradoria Geral do Estado.

Será mesmo que isso vai acontecer? Será tão difícil identificar sinas de riqueza em policiais? Ora, secretário, basta comparecer a qualquer Batalhão da PM e olhar para os carros estacionados. E nos responda: Como é que um soldado da PM tem condições financeiras para comprar um Honda Civic? Como é que um tenente da PM pode comprar uma camionete Tucson? Recorde-se que recentemente um tenente foi morto a tiros dentro de sua Tucson, e o secretário não comentou nada…

Segundo a assessoria da Secretaria de Segurança, foi feita uma consulta para saber que meios legais podem ser usados para investigar sinais externos de riqueza dos policiais. O secretário quer o amparo da procuradoria para saber se é preciso apresentar um projeto de lei na Alerj, se basta um decreto do governador Sérgio Cabral ou se assunto pode ser regulamentado por ato administrativo do próprio Beltrame.

Decreto de Cabral contra enriquecimento ilícito?  Isso jamais vai acontecer. Se ele assinar o decreto, tornar-se-á o primeiro a ser enquadrado, junto com o secretário de Saúde, Sergio Côrtes, seu amigo, vizinho e também enriquecido ilicitamente.

Pelas regras atuais, apenas governador, vice-governador, secretários, membros da magistratura e do Ministério Público, além de prefeitos e ocupantes de cargos eletivos ou de confiança, são submetidos a algum controle, mas que decididamente não funciona. Apenas exibem declarações de bens, com indicação das fontes de renda, no momento da posse, anualmente e ao deixar o cargo.

Mas ninguém controla se os bens estão subavaliados nem investiga como foram adquiridos. Cabral e Côrtes jamais conseguirão explicar como partiram do zero ao milhão (e bota milhão nisso), fazendo carreira na política e no serviço público, respectivamente.

Como Cabral comprou o apartamento luxuoso no Leblon e a mansão em Mangaratiba? Perguntem ao ex-governador e ex-amigo Marcello Alencar, que tinha um dossiê sobre o enriquecimento de Cabral. E o secretário Sergio Côrtes, como comprou o apartamento luxuoso na Lagoa e a mansão em Mangaratiba, que ele nem declarou e paga imposto como se fosse um simples lote, sem imóvel construído?  

O exemplo deveria vir de cima, como se diz. Mas no caso do governo do Rio de Janeiro, o exemplo infelizmente tem que vir de baixo.
Carlos Newton   Tribuna da Imprensa

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A TV anda ensinando o quê?

Os brasileiros vivem um grande dilema na educação. De algum modo todos educamos uns aos outros, mas pais, professores e profissionais da mídia de maneira muito especial influenciam mais na formação do semelhante.

Por motivos óbvios, a televisão, assim como o rádio e o cinema, não seria o que hoje é, não fosse a Segunda Guerra Mundial. Ainda durante aquele conflito, e muito mais depois, o Brasil recebeu enxurrada de investimentos norte-americanos e com eles veio o modo de viver dominante nos EUA. Nelson Rockfeller cunhou expressão memorável: onde entrarem nossos filmes, entrarão também nossos produtos. E foi o que aconteceu, não apenas com os filmes.

Naturalmente, também a Europa, com exceção do Leste, foi invadida de outros modos pelos EUA. Mas se a Europa tinha defesas contra esta outra invasão e o Brasil, não.

Exemplificando. Uma pessoa bem formada assiste a um desses enlatados da televisão, hoje digitalizados, e percebe que a solução para os conflitos apresentados é sempre o braço armado. É raro que haja outro tipo de desfecho. Depois é que entram o Direito, o fórum, os promotores, os advogados, os juízes, a cadeia, a punição. Mais raro ainda é um tratamento preventivo.

Editores desatentos

Em encontros com juízes em nossa universidade perguntamos a eles por que absolvem ou condenam, como fazem isso e por que agem do modo como agem. Eles precisam da sociedade e nós deles, para prevenir, para educar, de tal modo que a punição seja, não o primeiro, mas o último recurso.

O cidadão bem educado é capaz de discernir que muitas vezes a TV está entortando o modo de viver, mas os indefesos, não. Para eles, a TV é a única escola que têm. E o que aprendem? Que o bandido, faça o que faça, ganha espaço na mídia. Mas para aquele que escreve um livro, grava um cedê, faz um filme, destaca-se na música, na pintura, no teatro ou em outras manifestações artísticas, o espaço dedicado é um cantinho na mídia, quando ela se digna a dar esse cantinho, porque em geral não dá nada ou dá pouco.

E poucos se queixam disso. E por quê? Porque somos poucos os que damos atenção a isso. Sai um livro ou uma publicação importante em qualquer área, quem fica sabendo, quem dá atenção? Poucos. Somos poucos.

Faz tempo que os tiros deixaram a TV e agora se multiplicam, não mais no espaço imaginário da telinha, mas na rua, na escola, dentro de casa, e com a velha roupagem que ali vestira: a solução para os conflitos passou a ter o braço armado como ferramenta quase exclusiva ou pelo menos dominante.

Toda semana sabemos de mais uma tragédia. Em todo o Brasil, proliferam os exemplos tomados, consciente ou inconscientemente, das lições ministradas pela televisão. Todo mundo vê TV. É preciso levar em conta, sem censura, o que ela anda ensinando, talvez sem que seus editores percebam ou sem que levem em conta a situação daqueles aos quais se dirige.

O cenário inteiro

Em resumo, outra vez a solução passa por uma educação diferente, não mais exclusiva da escola, onde os alunos, aliás, passam muito pouco tempo.

Talvez sem querer, muitos programas de televisão ensinam e proclamam que é melhor ser jogador baladeiro, prostituta disfarçada e o que se entende vagamente por celebridade, sem esquecer que político corrupto é também uma boa escolha, pela quase absoluta falta de punição, do que ser um profissional qualificado e pessoa de bem.

Vejamos o que se paga a uns, o que se paga a outros, a atenção que a mídia dá a uns e outros – e temos o quadro completo.

Deonísio da Silva é escritor, doutor em Letras pela Universidade de São Paulo, professor e um dos vice-reitores da Universidade Estácio de Sá, do Rio de Janeiro
Observatório da Imprensa

SOMOS PROFISSIONAIS E NÃO MÁRTIRES DA EDUCAÇÃO

Os governos estaduais e municipais quando se trata da questão de valor dos profissionais da educação sofrem de amnésia, não se tocam que somos profissionais e não mártires da educação.

Infelizmente ser docente nas últimas decádas tem sido, principalmente na educação básica das redes estaduais e municipais, sinônimo de sofrimento, pois os bons salários são passado.

Professores e professoras do Brasil no século XXI, se desdobram em várias escolas para conseguir pagar suas contas. As raras exceções são alguns de poucos e caros colégios particulares, que conseguem viver com um só emprego. Dos anos dourados aos dias de hoje, o que aumentou foi a carga de trabalho e a cobrança da qualificação desses profissionais.

O que poucos notam é que o trabalho de um professor não se restringe ao tempo em que ele passa em sala de aula. Ele começa antes, em casa ainda, na montagem do curso e das aulas e termina bem depois, na correção das avaliações ( testes , provas e trabalhos ) e no lançamento das notas. O tempo para se atualizar e para estudar é mínimo.

Para agravar esta situação há ainda a falta de condições para pagar uma faculdade, curso ou mesmo comprar livros. Mas muitos estão lutando, sonolentos em aulas noturnas nas faculdades ou na frente de computadores em cursos à distância, buscando se aperfeiçoar e, certamente, sacrificando o pouco tempo de convívio familiar que tem. É cruel exigir que um docente curse uma faculdade ou uma especialização sem que lhe sejam dadas condições e incentivo para isso.

Investir em educação implica em dar dignidade para aqueles que a fazem acontecer. Se a educação é fundamental para a construção de uma sociedade melhor, precisamos de profissionais competentes e valorizados tanto financeiramente quanto socialmente.
Para a rede estadual do RJ sair da melancólica situação em que se encontra, recomendo a leitura da Carta Aberta-Educação Estadual do Rio de Janeirohttp://www.peticaopublica.com.br/?pi=EDUC2011 
Professor Omar Costa

TV Globo adquire direitos de transmissão das operações do BOPE

Galvão e Jabor interagem no show do intervalo
FAIXA DE GAZA – A TV Globo comprou os direitos exclusivos de transmissão das incursões do BOPE nas favelas cariocas. 
Os direitos, que valem até 2014, incluem streaming on line e via celular. A emissora terá também o direito de interromper a transmissão em canal aberto das cenas mais acaloradas do embate, transferindo-os para o pay-per-view no canal Premiere Combate. "Nesses casos, o assinante terá de pagar um pouco mais para ter acesso ao melhor da violência urbana", declarou o diretor-geral de emissora, Octavio Florisbal.

As transmissões serão narradas por Galvão Bueno e comentadas por Arnaldo Jabor. Gilmar Mendes será o comentarista de arbitragem. Galvão promete caprichar nos bordões, especialmente “Haja coração!!”, na hora do tiroteio, e "Houve coração!!", no caso de óbitos. E também: “Dramáááático, amigo!”, “Isso aqui é teste pra cardíaco!”, além de promover a expressão “Vai que é tua Pimentel”, uma homenagem ao ex-capitão do BOPE. Mendes espera emplacar o bordão “A constituição é clara!”.

Doze documentários e oito filmes de ficção sobre os eventos de hoje já entraram em produção. A classe cinematográfica promove festa à noite no Odeon para comemorar o renascimento do cinema nacional.
 Revista Piauí

Capitão Nascimento nega plano para ameaçar velhinhos do Oscar

José Wilker e Rodrigo Pimentel comentarão o Oscar na TV Globo
LOS ANGELES - Apesar de três votantes nonagenários do Oscar terem amanhecido com um saco plástico na cabeça em suas mansões de Beverly Hills, Capitão Nascimento nega veementemente que esteja fazendo lobby para que o filme leve a estatueta.  
"Neguinho ainda não se deu conta que o inimigo é outro. O cinema argentino é tosco mas não é burro. Estão se achando os picas das galáxias", refletiu, com ponderação.

Numa atitude que muitos consideram de acobertamento, a Academia enviou uma nota oficial classificando o episódio como "uma fatalidade". "O sistema é foda, parceiro", teria dito Nascimento. Imediatamente, o cineasta Michael Moore deu partida num documentário para investigar o ocorrido. As filmagens só começarão em fevereiro de 2012, mas, em entrevista ao jornal Granma, Moore declarou já haver concluído que milicianos desalojaram centenas de famílias em Flint, Michingan. "Pretendo mostrar como a pirataria desenfreada do primeiro Tropa de Elite tirou o emprego de milhões de famílias e foi o estopim para a crise mundial", explicou Moore, que concluiu: “Em Cuba, o sistema de saúde é de graça.”

Membro da Academia, o crítico Rodrigo Fonseca quis saber "porque a seiva eivada por Sergio Leone e curtida no bangue-bangue antropofágico contemporâneo sequer tangencia os discursos eastwoodianos que giram, rizomáticos, em torno da violência". Aturdido, Nascimento teria retrucado: "Tá de pombagirisse comigo?". Fonseca pediu para sair.

No final do dia correu a informação de que Ricardo Darin estaria refugiado em local desconhecido.
Revista Piauí

Marie Curie e o Ano Internacional da Química

Há exatos cem anos, uma obstinada cientista, mãe de duas filhas e já então viúva, era agraciada com o Nobel de Química. Um feito e tanto, sem dúvida, mas que, por incrível que pareça, não era um feito inédito: oito anos antes, a mesma cientista havia sido agraciada com o Nobel de Física. 
O nome dela? Marie Sklodowska-Curie (1867-1934) – nascida Maria Salomea Sklodowska, em Varsóvia (Polônia) –, mais conhecida mundo afora como Marie Curie.

Aproveitando o centenário do Nobel de Química dado a Marie Curie, e como parte de uma programação comemorativa mais extensa, envolvendo outras disciplinas científicas, a Organização das Nações Unidas (ONU) proclamou 2011 o Ano Internacional da Química (ver AIQ 2011ou IYC 2011). O lema da campanha, promovida pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco, na sigla em inglês) em parceria com a União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac, na sigla em inglês), é “Química: a nossa vida, o nosso futuro”.

Até o momento, porém, a mídia brasileira não parece muito preocupada com o assunto. Afinal, já estamos praticamente no último trimestre do ano e, com raríssimas exceções, até agora nada... Entre as exceções, cabe aqui registrar a cobertura que a revista Ciência Hoje vem fazendo, publicando desde o início do ano artigos especiais em alusão ao AIQ 2011 (ver aqui), a exemplo do que fez em 2009, quando publicou vários artigos em alusão ao Ano Internacional da Astronomia.

“O aterrorizante grau de ignorância científica”

Quando a química aparece na mídia, quase sempre é retratada como se fosse uma cartola de mágico, cheia de truques e curiosidades, ou, na melhor das hipóteses, como uma ciência exclusivamente aplicada – ver, por exemplo, a matéria “Evolução da química levou à criação de aromas sofisticados”, de Sabine Righetti, publicada na Folha de S.Paulo (22/8/2011). Uma explicação para isso é que a química, com perdão do trocadilho, é relativamente impalatável para o grande público, “vendendo” relativamente pouco. Para contornar o problema, editores e repórteres costumam então abusar na maquiagem – o que, em geral, produz matérias distorcidas ou mesmo aberrações.

Além de maltratada pelos meios de comunicação, a química talvez seja, em termos curriculares, a mais marginalizada das ciências naturais. Assim, ao final do ensino médio, o assunto torna-se para a grande maioria dos estudantes cada vez mais distante. Sem uma familiaridade mínima, não é de estranhar que a opinião pública (nacional e internacional) reproduza tantos erros e mal-entendidos grosseiros envolvendo a disciplina. Eis um comentário a respeito desse estado de coisas:

“Havia dois jovens no elevador da estação de rádio quando entrei, depois de terminar uma gravação ao vivo. ‘Você é alguém?’, deixou escapar um deles. Enquanto eu ponderava uma resposta apropriada para essa questão profundamente filosófica, seu amigo disparou: ‘Sim, ele é o cara que fala de química no rádio.’ Essa era a munição de que o filósofo precisava. ‘Ó, não, estamos presos no elevador com um cientista’, brincou, antes de oferecer voluntariamente a informação de que na escola havia tirado dois em química, e ‘mesmo assim colando’.

“Eu já ouvira isso antes. Depois de dar muitas conferências, tenho sido abordado por pessoas que, de alguma maneira, sentem necessidade de desafogar suas mágoas e dizer-me, com alguma espécie de orgulho perverso, que dormiram durante as aulas de ciências do ensino médio, ou que química fora o único curso em que fracassaram. Tais comentários são emocionalmente dolorosos para qualquer um que ensine ciências. Mas, pior que isso, eles deixam implícito que o ensino de ciências pobre e sem imaginação pode ser parcialmente responsável pelo aterrorizante grau de ignorância científica que permeia nossa sociedade.

“O analfabetismo científico não é assunto para brincadeiras. Certamente nos divertimos com respostas bobas de provas, sugerindo que Benjamin Franklin produziu eletricidade esfregando dois gatos um contra o outro, ou que podemos identificar o monóxido de carbono porque ele tem um “cheiro inodoro”. Mas a falta de familiaridade com os princípios científicos básicos pode causar medos infundados e abrir a porta para charlatães.

“Recentemente, ouvi de um cavalheiro que estava preocupado porque, se dormisse com um cobertor elétrico, ficaria ‘cheio de radioatividade’; de pessoas que haviam investido em uma empresa costa-riquenha que descobriu um processo para transformar a areia vulcânica da praia em ouro; e de uma senhora que se preocupava porque o dióxido de silício do seu adoçante artificial lhe causaria câncer de mama […].

“O absurdo químico chegou até a sala dos tribunais. No julgamento de uma briga de gangues na Califórnia [EUA], o promotor descreveu ‘uma situação muito parecida a quando o nitrogênio se encontra com a glicerina: era certo que ia haver uma explosão de violência’. Ele provavelmente baseava a afirmativa em alguma vaga noção de que a nitroglicerina é um potente explosivo, mas essa substância não é feita combinando nitrogênio com glicerina. [...]

“Mais terrível ainda é a história do jovem Nathan Zohner, que ganhou o prêmio da Grande Feira de Ciências de Idaho [EUA]: ele fez com que 43 entre 50 visitantes assinassem uma petição para banir o monóxido de di-hidrogênio ‘porque pode ser fatal se inalado, é um componente principal da chuva ácida e pode ser encontrado em tumores de pacientes terminais de câncer’. [Para detalhes (em inglês) sobre esse caso, ver ‘Dihydrogen monoxide hoax’, na Wikipedia.] Qual é essa horrível substância química? Água, claro (H2O).” [Joe Schwarcz, Barbies, bambolês e bolas de bilhar, p. 18-20 (Jorge Zahar, 2009)]

Átomos radioativos e isótopos

No que segue, vamos nos debruçar um pouco sobre a vida e obra de Marie Curie, a cientista que cunhou o termo “radioatividade” e que foi, ao mesmo tempo, pioneira nessa área de pesquisa e vítima involuntária de sua própria rotina de trabalho.

A radioatividade é a emissão espontânea de partículas e/ou radiação por parte de núcleos atômicos instáveis, dando origem a outros núcleos, que podem ser eles próprios instáveis ou estáveis. Ao contrário do que alguns imaginam, nem todos os elementos químicos são radioativos.

De onde vem a radiação? A fonte última da energia emitida pelos átomos radioativos é o núcleo. Átomos de um mesmo elemento químico têm, por definição, o mesmo número atômico (que é igual ao número de prótons presentes no núcleo). Átomos de um mesmo elemento têm, portanto, o mesmo número atômico, mas podem ter ou não a mesma massa atômica (que é soma de prótons e nêutrons presentes no núcleo), quando são então referidos como isótopos.

A abundância relativa dos isótopos de um mesmo elemento é bastante desigual. Por exemplo, o carbono-12 (cujo núcleo possui seis prótons e seis nêutrons) é o isótopo de carbono mais comum encontrado na Terra, correspondendo a mais de 98% de todos os isótopos desse elemento – existem ainda o carbono-13 (seis prótons e sete nêutrons) e o carbono-14 (seis prótons e oito nêutrons), entre outros. Algo semelhante ocorre com o urânio, cujo isótopo mais abundante é o urânio-238 (92 prótons e 146 nêutrons), que corresponde a mais de 99% dos isótopos desse elemento – há ainda o urânio-235 (92 prótons e 143 nêutrons) e alguns outros, bem mais raros.

Os raios Becquerel e os Curie

Muitos isótopos são instáveis e, por isso mesmo, mudam espontaneamente para uma configuração energeticamente mais baixa e estável. Nesse processo, chamado de desintegração nuclear (ou decaimento radioativo), isótopos instáveis liberam energia (radioatividade) e partículas fundamentais (nêutrons, prótons ou elétrons), sendo então referidos como radioisótopos. Isótopos estáveis não são radioativos – isto é, não sofrem decaimento adicional e, portanto, não emitem radiação.

Em 1896, o físico francês Antoine-Henri Becquerel (1852-1908) relatou em artigo que uma amostra de material contendo urânio (um minério de óxido de urânio chamado pechblenda) era capaz de liberar energia (radiação) espontaneamente. Os raios Becquerel, como chegaram a ser chamados, atravessam sem dificuldade uma série de objetos opacos à luz. A descoberta chamou a atenção da física Marie Curie, que na época já vivia em Paris, onde havia conhecido e se casado com o físico francês Pierre Curie (1859-1906).

Marie e Pierre Curie passaram a se dedicar ao estudo de materiais radioativos. Após um minucioso e demorado trabalho de análise química, o casal – que, ao lado de Becquerel, foi laureado com o Nobel de Física, em 1903 – conseguiu isolar e identificar dois novos elementos: o polônio (nome dado em homenagem à Polônia, terra natal dela) e o rádio (cujo comportamento inspirou a expressão “radioatividade”), ambos altamente radioativos e com os quais eles passariam a lidar quase diariamente. Anos depois, em uma decisão que hoje seria vista como “escabrosa”, Marie Curie deliberadamente abriu mão do direito de patentear o processo de isolamento do rádio. A razão para isso? Simples: facilitar o acesso e as pesquisas com o novo elemento.

Filha e genro agraciados com o Nobel de Química

Pierre Curie morreu precoce e repentinamente, em 1906, após ter sido atropelado por uma carroça em uma rua de Paris. Um congresso internacional de radiologia, realizado na Bélgica, em 1910, homenageou sua memória, dando o nome de curie à unidade de medida da radioatividade. Marie Curie continuou suas pesquisas com materiais radioativos, tendo recebido, em 1911, como foi dito antes, um segundo Nobel, este de Química, tornando-se assim a primeira pessoa a ser duplamente laureada. Tal distinção ocorreu até hoje com outros três cientistas: o químico estadunidense Linus Pauling (1901-1994), laureado com o Nobel de Química (1954) e o da Paz (1962); o engenheiro eletricista estadunidense John Bardeen (1908-1991), laureado duas vezes (1956 e 1972) com o Nobel de Física; e o bioquímico inglês Frederick Sanger (1918-), laureado duas vezes (1958 e 1980) com o Nobel de Química.

Após tantos anos manipulando material radioativo sem as devidas precauções – além da manipulação direta, ela carregava amostras nos bolsos do jaleco, em uma época na qual os efeitos biológicos da radiação ainda eram desconhecidos –, Marie Curie passou a conviver com sérios problemas de saúde, vindo a desenvolver um tipo de câncer (leucemia). Quando faleceu, no entanto, em 1934, as implicações e as aplicações biológicas dos átomos radioativos já estavam sendo avidamente estudadas. Ela própria esteve profundamente envolvida com o assunto desde antes da I Guerra Mundial (1914-1919). Em 1935, sua filha mais velha, Irène Joliot-Curie (1897-1956), e o esposo, o físico francês Frédéric Joliot-Curie (1900-1958), seriam agraciados com o Nobel de Química, mais uma vez em razão de estudos envolvendo a radioatividade.

Felipe A. P. L. Costa  Observatório da Imprensa

"MEC ESTUDA AUMENTO DE DIAS LETIVOS PARA 220".

ESCOLA NÃO É CRECHE. 

PROFESSOR NÃO É BABÁ.
 

SOMOS CONTRA O AUMENTO DOS DIAS LETIVOS! QUEREMOS ESCOLA DE TEMPO INTEGRAL.
O AUMENTO DE DIAS É SAÍDA PARA DIMINUIR INVESTIMENTO.
EDUCAÇÃO É DIREITO, NÃO É DESPESA! 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Investimento em educação pode ser mais de 7% do PIB

A meta de crescimento do investimento em educação para 7% do Produto Interno Bruto (PIB) até 2020, estabelecida pelo governo no Plano Nacional de Educação (PNE), será revista para mais. Foi o que adiantou o relator do projeto de lei do plano na Câmara, deputado Ângelo Vanhoni (PT-PR). Desde julho ele está trabalhando no relatório do PNE que recebeu quase 3 mil emendas na comissão especial criada para avaliar a matéria. O plano prevê 20 metas de melhoria no acesso e na qualidade do ensino do país que deverão ser alcançadas até o fim da década.
“Os diagnósticos feitos pela sociedade e pelos parlamentares apontam um valor diferenciado dos 7%", avalia o deputado. Segundo Vanhoni, a meta de investimento deverá ficar entre os 7% do PIB proposto pelo governo e os 10% defendido por movimentos sociais e entidades da área como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Campanha Nacional pelo Direito a Educação e a União Nacional dos Dirigentes Municipais e Educação (Undime).
De acordo com o relator, o número ainda não foi finalizado porque a análise de todas as metas ainda não terminou e caso uma delas seja revista poderá aumentar o valor previsto para o financiamento -  como por exemplo a ampliação de matrículas em alguma etapa da educação ou melhoria da qualidade. Ele acredita que o patamar ficará abaixo dos 10% pleiteados pelas emendas da sociedade civil e defendeu que a meta precisa ser uma “ousadia possível”. A previsão de Vanhoni é que a primeira versão do relatório seja apresentada até o fim da primeira quinzena de outubro.
Hoje (27) a comissão especial que analisa a matéria elegeu um novo presidente. Lelo Coimbra (PMDB-ES) assume a vaga deixada pelo ex-deputado Gastão Vieira (PMDB-MA) que foi nomeado ministro do Turismo. Após a apresentação do relatório, será aberto um prazo de cinco sessões para que os membros da comissão possam apresentar novas emendas. Coimbra acredita que a aprovação deverá ser concluída até o fim de novembro, quando o texto será encaminhado para o Senado. Segundo ele, o trabalho mais difícil será buscar um consenso para que o relatório seja aprovado.
“A gente só deve colocar o relatório em votação quando houver uma convergência mínima entre os deputados. Teremos divergências, mas na hora do voto não se pode transformar numa batalha campal”, defendeu.
Agência Brasil

Comentário: Isso aí tá com cara de que vai ficar em 7,1%!!! Ou seja, acima dos 7%, mas muito longe dos ideais, e necessários, 10%.  Depois que o governo Dilma abandonou as metas de erradicação do analfabetismo, não duvido de mais nada.  E ainda tem uns malandros falando em usar a verba do Fundeb para saúde!Nesse país a educação só se F*#&!

Aluno nota 10 em Química!!!

Numa Prova do Curso de Química, foi perguntado: 

Qual a diferença entre SOLUÇÃO e DISSOLUÇÃO?
 
Resposta de um aluno:
 
- Colocar UM dos POLÍTICOS BRASILEIROS num TANQUE DE ÁCIDO para que DISSOLVA é uma DISSOLUÇÃO. Colocar TODOS é uma SOLUÇÃO!

*E completou: *

*"Se Liofilizar, teremos o mais puro Extrato de Pó de Merda do mundo"*
 
Contribuição do camarada Marcelo de Búzios.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Verbas para a saúde: SP, RJ, MG e Paraná não cumpriram nem a Constituição


Ao longo dos debates de quarta-feira, quando foi aprovada depois de onze anos a lei que regulamenta a emenda 29, transformada no artigo 198 da Constituição federal, surgiu no plenário revelação do Ministério da Saúde de que, em 2010, os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, além de alguns outros, simplesmente não cumpriram sequer as aplicações mínimas de 12% previstas no texto da Carta de 88.
Pela Constituição, teriam que ter investido essa parcela de suas receitas tributárias. Não fizeram. Reportagem de Maria Clara Cabral e Larissa Guimarães, Folha de São Paulo de quinta-feira, ilumina os pontos principais aprovados e igualmente o que deixou de ser feito. Do ano de 2000 – passagem do século e do milênio, a terceira da era cristã – para cá nasceram no Brasil mais ou menos 25 milhões de pessoas. Tarefas a mais, é claro, para os poderes públicos, recursos a menos para realizá-las em nível normal. Considerando-se as taxas anuais de inflação do IBGE, o crescimento populacional de 1,2% a cada doze meses e o intoxicante desvio de recursos, não há como negar que o déficit social se agravou. Muito.
Pois os estados, além de não canalizarem para a saúde os 12% de suas arrecadações, ainda por cima, revelam Maria Clara e Larissa, consideraram gastos no setor o pagamento de pessoasl, incluindo os aposentados, a merenda escolar, o saneamento básico e até a limpeza urbana como verbas carimbadas.O que colide frontalmente com a emenda 29 e, portanto, também com o artigo 198 da Constituição. Por aí se pode medir bem a dimensão tanto da inércia quanto do desastre.
A partir de agora, se a presidente Dilma Roussef sancionar a lei, não vão mais poder mascarar a destinação dos recursos financeiros mínimos. Bola pra frente. Não adianta olhar para trás porque o panorama desanima qualquer um. Relativamente à recriação da CPMF, disfarçadamente com outro nome, a tentativa foi fragorosamente derrotada: 355 a 76 votos. Destes 76, 70 foram do PT.
O PMDB, apesar de o governador Sérgio Cabral ter defendido pelos jornais a volta da CPMF 3011, votou quase totalmente contra. Cabral, assim, não ficou bem no episódio. Mas esta é outra questão.Há na matéria saúde um ponto essencial, mais importante que todos os outros. Trata-se das aplicações por parte da União. As atuais são insuficientes. Tanto que o setor vive uma verdadeira calamidade, como se sabe. O orçamento deste ano, por exemplo, destina parte para o Ministério da Saúde 75,8 bilhões de reais, 10% a mais que a lei de meios de 2010. Pode-se dizer que houve um avanço real, já que o crescimento atingiu 10 pontos e a taxa inflacionária foi de 6%. Mas é preciso considerar também a correção demográfica. E não só ela. Principalmente o déficit acumulado através de décadas que dividem os capítulos da história social brasileira.
Por isso na lei votada quarta-feira, incluiu-se dispositivo que estabelece a atualização orçamentária à base do crescimento do PIB do exercício imediatamente anterior. Como o PIB de 2010 foi 7,5% maior que o de 2009, a obrigação foi nominalmente atendida, já que, como vimos, a dotação do Ministerio da Saude cresceu de 68 bilhões, em números redondos, para 75,3 bilhões de reais. Mas isso não resolve. É um engano.Onde entra no cálculo o índice de inflação. Em lugar nenhum. Onde entra o peso demográfico? Também não foi levado em conta. Tem que ser consignado para configurar avanço efetivo.
Não há como contornar a realidade, o PIB mais o índice inflacionário, mais a taxa demográfica. Desta forma, sim, pode-se redescobrir o roteiro para, degrau por degrau, ir-se diminuindo a dívida que o Estado brasileiro possui para com a população e, de fato, no fundo mantém para consigo mesmo. O resgate, enfim, tem que partir da colocação em prática do cálculo que estou colocando. E também mais ações concretas e menos palavras. Pois estas o vento leva.
Pedro do Coutto  Tribuna da Imprensa

Rio com notas melhores? Só pagando!

É isso mesmo que vc leu! O Rio de Janeiro quer melhorar a educação, que é a penúltima do Brasil, mas pra isso vai ter que ga$tar, ou melhor, inve$tir ... nos alunos!
Agora teremos a meritocracia do estudante, já que com os professores e funcionários não está funcionando, o governo do Rio vai dar o golpe baixo nos incautos alunos. Tomara que funcione, né? Afinal, algum plano que o Cabral faça tem que servir pra melhorar alguma coisa!!!


 

Governo do Estado cria programa de incentivo à educação

Para tentar sair do penúltimo lugar no ranking dos estados com o pior Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), o governo do Rio lança quinta-feira o Renda Melhor Jovem que, através de poupança de até R$ 3,1 mil, vai estimular alunos a frequentarem a aula e terem bom desempenho. O dinheiro só poderá ser retirado ao final dos estudos. O Rio perde apenas para o Piauí.

O programa, parceria entre as Secretarias Estaduais de Assistência Social e Direitos Humanos, de Educação e o Banco do Brasil, beneficiará inicialmente 4 mil alunos de São Gonçalo, Belford Roxo e Japeri, que este ano já começarão a ter o dinheiro depositado. O jovem deve preencher os seguintes requisitos: ser do Ensino Médio e ter frequência e bom desempenho no Sistema de Avaliação da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Saerj); ser aprovado no final do ano, além de participar das atividades de qualificação profissional e orientação financeira.
A poupança será de R$ 700 para aprovados no 1º ano, R$ 900 no 2º, e R$ 1 mil no 3º ano. Os alunos no Ensino Médio Técnico, que cursarem o 4º ano, poderão receber mais R$ 1,2 mil e os que tiverem bom desempenho no Saerj poderão ganhar mais R$ 500. Esses jovens fazem parte das famílias assistidas pelo programa Renda Melhor, que recebem auxílio entre R$ 30 e R$ 300 para saírem da miséria.
Moradora de Japeri, Marcilene de Oliveira Silva, 18, quer investir em um curso. “Quero cursar radiologia para e entrar na Marinha”. A partir de 2012 o programa atenderá mais 20 mil jovens, beneficiários das famílias do Cartão Família Carioca e os do Renda Melhor.

O Dia 
 

Greve dos bancários e lucro dos bancos


Os bancários de todo o Brasil estão com greve marcada para amanhã, dia 27. Na sexta-feira passada, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) rejeitou a proposta de reajuste de 8% apresentada pela Federação dos Bancos (Fenaban). Ela representa apenas 0,56% de aumento real. A categoria reivindica 12,8% de reajuste (5% acima da inflação).

As conversas também truncaram em outros pontos, como no item sobre a participação nos lucros. “Desde o início apostamos no processo de negociação, mas com essa nova proposta vamos intensificar a mobilização da categoria em todo o país para realizar uma greve ainda mais forte, a fim de arrancar dos bancos uma proposta decente", disse o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro.

Intransigência, embromação e cinismo


Diante da decretação da greve, a Fenaban procurou protelar o confronto. Em nota oficial, ela manifestou a intenção de continuar negociando. “Após avaliação da nova proposta pelos bancários, as partes devem marcar novo encontro para dar prosseguimento aos acertos visando a renovação da convenção coletiva de trabalho”, diz a nota.


O sindicalismo bancário, porém, acusa os banqueiros de intransigência e de embromação. Numa das reuniões entre as partes, o negociador da Fenaban chegou a dizer que a categoria não tem do que reclamar, que ela “há muito tempo recebe aumento real”. Os banqueiros também culparam a “crise mundial” para justificar a sua recusa em atender as demandas dos trabalhadores.


Lucros recordes do sistema financeiro


“Os negociadores do setor afirmaram que os bancários estão há sete anos com aumento real e tiveram reajuste ‘extraordinário’. O recado foi de que não devemos esperar nada parecido neste ano. Além de não apresentar propostas, eles alegam que o salário do bancário cresceu demais. Isso é inaceitável diante dos ganhos dos bancos”, contesta Juvandia Moreira, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo.


Realmente, o cinismo dos banqueiros é inaceitável. A lucratividade do sistema financeiro cresceu 550% nos últimos oito anos – de R$ 34 bilhões, nos dois reinados de FHC, para R$ 170 bilhões nos dois governos de Lula. No mesmo período, os bancários tiveram apenas 56% de reajuste salarial. No primeiro semestre deste ano, todos os bancos voltaram a bater recordes de lucratividade.


Ritmo de trabalho e assédio moral


O Bradesco anunciou R$ 5,4 bilhões de lucro, 21,7% a mais do que o mesmo período de 2010. O Banco do Brasil, R$6,2 bilhões; a Caixa Econômica Federal, R$1,7 bilhões; Itaú Unibanco, R$ 7,1 bilhões; e o Santander, R$ 4,1 bilhões (25% do seu lucro mundial). No outro extremo, os bancários recebem salários de fome e ritmo de trabalho e o assédio moral atingem patamares desumanos.


Segundo estudo da própria Fenaban, o total de operações realizadas pelo sistema financeiro cresceu 85,6%, entre 2000 e 2006, passando de 19,8 bilhões de operações para 36,7 bi. No mesmo período, a rede de atendimento dos bancos cresceu 148 % e a de correspondentes bancários, 431,9 %. Ou seja: os bancários trabalham muito mais, mas não são compensados no salário.


A criminosa rotatividade no emprego


Na sua ambição por lucros, os bancos ainda abusam da rotatividade no emprego para rebaixar salários. Estudo do Dieese mostra que 65% das contratações no primeiro trimestre ficaram concentradas entre 2 e 3 salários mínimos; já 75,44% dos dispensados recebiam salários acima de quatro mínimos.


Os bancos demitiram 8.947 trabalhadores e contrataram 6.851 com salários mais baixos. A maioria dos novos contratados (70%) é de jovens entre 18 e 24 anos. E as mulheres são as maiores vítimas da gula dos banqueiros. Nos primeiros três meses do ano, a diferença de remuneração média entre homens e mulheres aumentou para 24%.
Blog do Miro

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Seeduc informa que erros nos contracheques serão corrigidos


Terminou pouco a reunião do Sepe na Seeduc com o subsecretário de Gestão de Pessoas, Luis Carlos Becker Jr., e com o subsecretário de Gestão do Ensino, Antonio Neto. Ambos garantiram que não nenhuma orientação da Seeduc para que os profissionais sejam descontados pelos dias da greve. Eles também afirmaram que os erros nos contracheques serão corrigidos. A secretaria vai soltar uma nota no seu site explicando a situação.

Comentário: Esse é o Estado do Rio de Cobral e sua malta!!! Governador, vice e secretários fanfarrões viajando e o povo só se f*#&. UPP que não resolve problema de criminalidae, UPA que só AGRAVA o problema da saúde, servidor público sem reajuste (professor, bombeiro, policial, médicos, enfermeiros etc). Mas incompetência mesmo (não tem outra alternativa!) é da Seplag...terceiro mês seguido que os "CONTRACHOQUES" são publicados com erros, pra desespero dos grevistas que já estão repondo as aulas, quanto seria o IDEB dessa gente?!? Em que posição nacional estariam - último ou primeiro - se avaliados?!? E quem são os responsáveis?!?Não é possível que  no próximo mês essa "falha sistêmica" ainda persista em acontecer sem que algum técnico ou analista de sistema tenha conseguido resolver!?!

domingo, 25 de setembro de 2011

RESPOSTA À REVISTA VEJA

Abaixo, cópia da carta escrita por uma professora que trabalha  no Colégio Estadual Mesquita à revista Veja.
Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS  razões que  geram este panorama desalentador.

Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas  para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que  pais de famílias oriundas da pobreza  trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos  em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida?

Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas.
Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.

Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê?  De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida.
Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos,  há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos,  de ir aos piqueniques, subir em árvores?
E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “CHATAS” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência.
Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução),  levam alunos à biblioteca e a outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até a passeios interessantes, planejados minuciosamente, como ir ao Beto Carrero.
E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes”,  elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração.
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 minutos de intervalo, quando têm de escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40h semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário.
Há de se pensar, então, que  são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que  esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave.
Temos notícias, dia-a-dia,  até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite.
E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é  porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros.  Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se. Em vez de cronômetros, precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade.
Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade!  E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo.
Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões  (ô, coisa arcaica!), e ainda assim se ouve falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos  e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores  até agora  não responderam a todas as acusações de serem despreparados e  “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO.
Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.

Vamos fazer uma corrente via internet, repasse a todos os seus! Grata
Vamos começar uma corrente nacional que pelo menos dê aos professores respaldo legal quando um aluno o xinga, o agride... chega de ECA que não resolve nada, chega de Conselho Tutelar que só vai a favor da criança e adolescente (capazes às vezes de matar, roubar e coisas piores), chega de salário baixo, todas as profissões e pessoas passam por professores, deve ser a carreira mais bem paga do país, afinal os deputados que ganham 67% de aumento tiveram professores, até mesmo os "alfabetizados funcionais". Pelo amor de Deus somos uma classe com força!!! Somos politizados, somos cultos, não precisamos fechar escolas, fazer greves, vamos apresentar um projeto de Lei que nos ampare e valorize a profissão.

Vanessa Storrer - professora da rede Estadual de Curitiba!

sábado, 24 de setembro de 2011

Janio Mendes é "traidor, irresponsável e vendido"

Deputada socialista arrasa Janio Mendes



A deputada socialista do PSOL, Janira Rocha, deu entrevista ao jornal Interpress e afirmou que o deputado Janio Mendes é "traidor, irresponsável e vendido".
Ela se refere à votação que permitiu a aprovação do projeto que privatiza a saúde pública. A deputada disse que além de votar a favor, Janio ainda defendeu o projeto, dizendo que era para a melhoria da saúde.


Janira disse que o Rio é governado por uma Cleptocracia (grupo de ladrões) e que a aprovação do projeto vai possibilitar que milhões de reais dos recursos públicos escoem pelo ralo da corrupção. 
Fonte: Jornal Interpress p. 03

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Satélite da Nasa deve cair na Terra nesta sexta-feira

Um satélite da Agência Espacial americana, a Nasa, do tamanho de um ônibus deve cair na Terra nesta sexta-feira.
A agência afirma que pelo menos 26 pedaços grandes devem cair em um espaço de cerca de 800 quilômetros em qualquer lugar do planeta, exceto na América do Norte.
Ainda não se sabe a hora ou o local exato da queda dos destroços e especialistas afirmam que terão dados mais precisos apenas nas 12 horas antes de o satélite reentrar na atmosfera.
A Nasa calcula que há cerca de uma chance em 3,2 mil de um destroço atingir uma pessoa e acrescenta que, desde o início da era espacial, no final dos anos 50, não há ferimentos confirmados causados por queda de objetos vindos do espaço.
Incerteza
O especialista em satélites da Nasa, Stuart Eves, destacou a grande incerteza em relação à queda de satélites na Terra.
Usando os últimos dados da órbita do Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera (UARS, na sigla em inglês), da manhã desta sexta-feira, Eves e os outros especialista fizeram projeções a respeito da provável área de queda do satélite. E o especialista explicou que a vida útil de um satélite pode ser estimada com apenas 10% de precisão.
Isto significa que há um intervalo de apenas seis horas para mais ou para menos para o momento esperado da queda do satélite.
Por exemplo, na tarde de quinta-feira os dados sugeriam que os destroços do satélite cairiam em algum lugar dos mares do sul. Mas esta estimativa deve mudar com os dados coletados nesta sexta-feira.
Cerca de 70% da superfície da Terra é coberta por água, portanto, existe uma grande chance de os destroços caírem no mar. No entanto, ainda existe uma possibilidade também de que alguns pedaços caiam em terra.

Os pedaços do UARS podem cair em qualquer lugar entre os paralelos 57 norte e 57 sul do equador, uma área densamente povoada.
O UARS foi enviado ao espaço em 1991 com o Discovery em uma missão para estudar a atmosfera terrestre, principalmente a camada de ozônio.
Devido aos 10% de precisão e ao fato de que o satélite leva uma hora e meia para completar uma órbita em volta da Terra, o UARS pode cair durante uma das quatro trajetórias possíveis de sua órbita na noite de sexta-feira ou na manhã de sábado.
A queda de satélites também pode ser afetada por outros fatores, como a sua forma ou o aquecimento da atmosfera terrestre pela radiação vinda do Sol. Este aquecimento pode até acelerar a queda dos destroços.
BBC Brasil

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Piso dos professores será R$ 1.450,86 em 2012


Projeção do Tesouro para o valor, que representa reajuste de 22%, ainda pode ser alterada até o fim do ano.

A projeção de arrecadação de impostos feita pelo Tesouro Nacional mostra que o piso salarial dos professores brasileiros deve chegar a R$ 1.450,86 em 2012. O valor é 22% maior do que o definido pelo Ministério da Educação para este ano, de R$ 1.187,08, e promete causar polêmicas entre governantes estaduais e municipais. Apesar de previsto em lei, o salário ainda não é cumprido por todos os Estados e municípios, que alegam falta de recursos para pagá-lo.  

Essa é a menor remuneração que os professores devem receber por 40 horas de trabalho semanais. Vale lembrar, no entanto, que o valor ainda pode sofrer alteração. O reajuste do piso salarial é calculado com base no valor mínimo gasto por aluno segundo o Fundo de Manutenção da Educação Básica (Fundeb). Com as previsões já divulgadas pelo Tesouro, cada estudante custará R$ 2.009,45, pelo menos. Porém, só em dezembro, quando os cálculos são atualizados, o MEC divulga o valor final do piso. Os reajustes passam a valer em janeiro.

A previsão é um pouco maior do que
a calculada inicialmente pelo consultor educacional Luiz Araújo e divulgada pelo iG nesta terça-feira. Ele havia utilizado o reajuste sofrido pelo custo mínimo por aluno no Fundeb (que será de 16,68% em 2012) para calcular o piso salarial. Porém, a metodologia usada pelo MEC para fazer essa conta leva em consideração os valores estimados para gasto por aluno dos dois anos anteriores (2010 e 2011). O índice ficou em 22%.

“As projeções do Tesouro não costumam ficar muito fora daquilo que de fato acontece. Às vezes, há ajustes para menos ou mais”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad. 

Recursos extras

A partir da projeção de receita arrecadada com impostos por Estados e municípios, a União coloca mais recursos no Fundeb. Essa verba é destinada aos Estados que não conseguirão investir o valor mínimo estabelecido para cada aluno em todas as etapas da educação. Em 2012, o governo federal vai colocar R$ 10,6 bilhões no fundo. E parte desse recurso, pouco mais de R$ 1 bilhão, poderá ser usado para auxiliar a pagar o piso salarial.

Somente os Estados que receberão o complemento da União para financiar o ensino podem receber ajuda para o pagamento do piso dos professores. Em 2012, serão: Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Amazonas, Pará, Maranhão, Ceará, Bahia, Paraíba e Pernambuco. Porém, municípios em dificuldade que pertençam a outros Estados podem solicitar recursos extras ao MEC. Em janeiro, o ministério aprovou critérios para ajudar prefeituras.


Segundo o MEC, menos de dez municípios solicitaram apoio desde então. Nenhum deles recebeu o benefício, porque não conseguiram preencher os pré-requisitos exigidos pela pasta.

iG.com

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Boicote ao Saerjinho!!!

Profissionais das escolas públicas estaduais farão paralisação de 24 horas nesta quarta-feira.

Nesta quarta-feira, professores e funcionários administrativos paralisarão as atividades por 24 horas. De acordo com o Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), a medida é uma forma de protestar contra a aplicação do Saerj - prova usada para medir os conhecimentos dos alunos. Os educadores alegam que a prova não foi planejada pelos professores da rede estadual e não leva em consideração a realidade das escolas, que não têm uma estrutura mínima para o estudo.
As provas do Saerj fazem parte do Plano de Metas apresentado pela Secretaria Estadual de Educação (Seeduc). O plano prevê que a remuneração dos professores varie em função da "evolução" dos alunos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Professores de MG resistem à decisão judicial e não retomam aulas

Em greve há 104 dias, os professores da rede estadual de ensino de Minas Gerais não retornaram às aulas nesta segunda-feira, três dias após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais considerar abusiva a paralisação e determinar o retorno às atividades
Nem a multa diária determinada para o sindicato, que poderá chegar a R$ 50 mil por dia, foi suficiente para os professores retornarem às salas de aula. Nesta segunda, o Sindi-UTE (sindicato que representa os professores) vai recorrer da decisão do TJ-MG.
O Sindi-UTE pagará R$ 20 mil pela manutenção da greve nesta segunda-feira. Se persistir amanhã, o valor subirá para R$ 30 mil. A multa no terceiro dia custará R$ 40 mil e, a partir do quarto dia, será de R$ 50 mil até o limite de R$ 600 mil, conforme o despacho do desembargador Roney Oliveira, que concedeu a liminar ao pedido do Ministério Público estadual.
O sindicato informou que somente nesta terça-feira (20), durante a assembleia semanal realizada pelos grevistas, haverá decisão sobre os rumos que o movimento terá. O governo mineiro informou que até o final da manhã não tinha um levantamento sobre retorno de professores às salas de aula.
Folha

Qual é a do espanto?

Não há nenhuma razão de espanto diante do cenário educacional do país.
Na década de 50 optou-se pela industrialização. Assistiu-se ao êxodo rural e a um decorrente e desordenado processo de urbanização. Toda a população que na “roça” passava muito bem sem escola nenhuma veio para as cidades, aonde sem escola não se chegava a lugar nenhum.
Com exceção do Lula, que foi ser presidente da República.
Só em 1961 votou-se a primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB para os íntimos - prevista na Constituição desde 1946, como competência da União. Nessas alturas, no Rio de Janeiro, capital da República, já havia cerca de 100 mil crianças sem escola.
A discussão dessa lei foi dominada por um falso antagonismo entre escola pública e escola particular. Esse conflito, embora falso, serviu - e serve até hoje - de excelente pretexto para ninguém fazer nada.
Em 1971, dez anos depois, surge nova LDB que, entre outras coisas, dizia que todo ensino médio ia ser profissionalizante.
Mas em 1982 mudou-se de idéia, e fizemos mais uma LDB, permitindo que o ensino médio pudesse ser também como era antes.
Até aí tudo bem, pois nada havia mudado - tínhamos apenas instalado a simulação no ensino brasileiro, a mímica do cumprimento da lei. Isso é grave na matéria.
Em 1996 veio mais uma LDB, que já foi alterada por uma infinidade de leis, atos, pareceres e decisões.
Mas uma vez admitida a simulação, ninguém ligou para mais nada. Tivemos uma enxurrada de leis criando disciplinas “obrigatórias” - recurso muito útil para fazer de conta que estávamos tratando nas escolas de temas sobre os quais ninguém sabia nada.
Enquanto isso o magistério brasileiro para uma futura tarefa incerta ia sendo formado como se fazia na década de 50.
Fizemos pior a mesma coisa com outros rótulos esse tempo todo. Trocamos os nomes de tudo, a ponto de hoje um pai ou avô ter dificuldade em saber em que ponto dos estudos está seu filho ou seu neto.
Patinamos em matéria de educação há 50 anos, navegando numa inflação que não dava tempo de ver o futuro.
Depois de duas gerações, não há porque calar: não sabemos o que queremos nem só sobre educação escolar, mas sobre acesso ao saber.
Ainda há preliminares básicas que precisam ser decididas.
É fácil escrever na Constituição que somos livres para pensar. Mas é possível ser livre para pensar sem ser livre para aprender?
Todo brasileiro tem que aprender no mesmo tempo as mesmas coisas? São decisões desse porte que precisam ser tomadas.
Porque o espanto, é o que cabe perguntar.
Edgar Flexa Ribeiro é educador, radialista e presidente da Associação Brasileira de Educação
Blog do Noblat