quarta-feira, 14 de março de 2012

O padrinho da Globo

Nunca entendi direito o porquê dos tradutores terem colocado o título de O Poderoso Chefão na obra-prima de Francis Ford Coppola chamada, originalmente, The Godfather (O Padrinho).

Ao assistir ao Jornal Nacional desta segunda (12), minha dúvida terminou.

A Globo canonizou Ricardo Teixeira. Em uma homenagem travestida de reportagem, a afilhada querida do poderoso padrinho fez elogios sem-fim aos seus feitos à frente da CBF.

Foram pouco mais de 3 minutos e 30 segundos de aplausos.

Denúncias? Uma minúscula parte dos escândalos desvendados pela Record, durante semanas seguidas, apareceram brevemente após 2 minutos e 40 segundos e logo trataram de dizer que foram arquivadas.

Foram números e marcas positivas quase sem-fim

- 112 títulos

- 5 Copas América

- 3 finais consecutivas de Copa do Mundo

-  Assumiu com apenas dois patrocinadores e deixou a entidade com R$ 271 milhões em caixa

- Organizou o campeonato nacional de futebol

- Comandou a campanha vitoriosa do Brasil para sediar a Copa de 2014

Este santo homem foi injustiçado por aqueles que não compreendem o amor de um pai por uma filha, de um padrinho por sua afilhada.

Como tenho dito nos últimos dias, é fácil mentir dizendo a verdade.

Ricardo Teixeira não deixou apenas o comando do futebol brasileiro nesta segunda. Deixou a Globo órfã de seu maior padrinho.

E o Jornal Nacional discursou em seu velório público.
O Provocador

Jornal Nacional elege Ricardo Teixeira nova Madre Teresa de Calcutá

Publiquei aqui uma crítica ao necrológio que Merval, o Imortal, Pereira fez ao ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira. 

Mal sabia que o Jornal Nacional iria adiante, faria ainda mais pelo homem que esteve à frente da CBF por razões que sabemos, lá permaneceu por 23 anos, por essas mesmas razões, e agora sai para "tratamento de saúde", e todos nós sabemos de que saúde se trata. 

As Organizações Globo sabem. O Jornal Nacional também sabe. A Rede Globo sabe, tanto que fez um Globo Repórter todo dedicado ao ex-capo. 

Mas as OG aprenderam a lição do sábio Paulo Preto, aquele caixa do Serra acusado de se apropriar de milhões, que ameaçou o eterno candidato com a frase: "Não se abandona um líder ferido na estrada".

O necrológio de Merval e a ainda mais veemente edição de ontem do JN mostram que as OG não abandonaram o agora ex-líder ferido. 

Fica no ar a pergunta: Se todos sabemos por que Ricardo Teixeira está saindo da CBF, como anteriormente seu sogro também abandonou o cargo no Comitê Olímpico, por que esse comportamento das OG? Por que a edição de ontem do Jornal Nacional só faltou indicar Ricardo Teixeira para o cargo espiritual de Madre Teresa de Calcutá? 
Por que do panegírico para o homem que foi flagrado na CPI da Nike pronunciando a imortal frase ‘Se o relatório for aprovado, nós estamos fodidos’?

Nós, quem?
Blog do Mello

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