terça-feira, 28 de agosto de 2012

Participação de mulheres nas eleições municipais cresce 85%

A participação de mulheres nas disputas eleitorais das cidades brasileiras avançou 85,8% este ano em relação ao pleito anterior, de 2008, considerando os cargos eletivos de prefeito, vice-prefeito e vereadores. Dos 480.131 candidatos este ano, 150.982 são do sexo feminino, o que corresponde a 31,4% do total.

Segundos informações do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), do total de candidatos que concorrem a prefeituras, 1.942 ou 12,5% são mulheres. Entre os que pleiteiam a vice-prefeitura, o sexo feminino corresponde a 17,2% ou 2.709.

No mesmo sentido, 32,5% dos que pretendem ocupar uma vaga nas Câmaras são mulheres, totalizando 146.331 candidatas. Com isso, pela primeira vez o número de candidatas mulheres para o cargo de vereadora ultrapassa o mínimo exigido pela lei (30%).

Para Maria do Socorro Braga, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da Universidade de São Paulo (USP), o maior número de mulheres na política iniciou a partir da exigência legislativa de que o sexo feminino correspondesse a uma parcela das legendas dos partidos. “Essa atitude está induzindo os partidos a atraírem o público feminino. Agora, eles precisam delas constitucionalmente.”

Maria do Socorro acredita que o aumento da demanda social pelos movimentos feministas também foi responsável por essa tendência, já que as mulheres vislumbraram na política uma possibilidade de exigir a inclusão e o cumprimento dos direitos de igualdade. “Ainda assim, em termos de representatividade, estamos bem longe dos 50%, que representaria uma disputa igualitária.”

De acordo com Frederico de Oliveira Henriques, professor da faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas, desde o início do processo de democratização, tem se tentado estabelecer essa conjuntura. Os especialistas acreditam que o fato de termos uma presidente mulher incentivou que mais mulheres se interessassem por obter uma participação no Poder Executivo.

Manuela D'Ávila, do PCdoB, é uma das candidatas à prefeitura de Porto Alegre na eleição deste ano
 Manuela D'Ávila, candidata à prefeitura de Porto Alegre pelo (PC do B), que aparece com 30% das intenções de voto, acredita que após a eleição da presidenta Dilma Rousseff e de outras mulheres importantes em cargos dos poderes Legislativo e Executivo, a ideia conservadora de que não há espaço para o sexo feminino na política é cada vez menos compartilhada.
 
“A atuação bem-sucedida de mulheres nos espaços de poder fortalecem esse processo de transformação social e garante maior igualdade de oportunidades. Ainda falta ocupar mais espaços de poder que é onde são decididas as principais questões relativas aos direitos das mulheres e à superação das desigualdades”, analisa Manuela.

Ainda assim, a candidata do PC do B diz que o caminho ainda é longo. “A cada eleição vitoriosa, estaremos dando um passo adiante nesta caminhada em busca de maior igualdade de oportunidades. A mudança na sociedade se refletirá no Congresso.”

iG

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