quarta-feira, 31 de outubro de 2012

MEC divulga lista de obras literárias selecionadas para o Programa Nacional Biblioteca da Escola

O Ministério da Educação (MEC) divulgou lista com as 360 obras literárias selecionadas para o Programa Nacional Biblioteca da Escola (PNBE) de 2013. O programa vai distribuir cerca de 6,7 milhões de obras literárias em 85,2 mil escolas públicas de ensino fundamental e médio em todo o país. 

De acordo com o MEC, o orçamento previsto é R$ 75 milhões para aquisição e distribuição das obras, divididas em seis acervos distintos, com 60 títulos cada um. Ao todo, são 180 títulos para os anos finais do ensino fundamental e a mesma quantidade para o ensino médio. As obras atenderão a 12,3 milhões de alunos do ensino fundamental e 7,4 milhões do ensino médio.

O acervo também estará disponível por meio da tecnologia Mecdaisy, um conjunto de programas que permite transformar qualquer formato de texto disponível no computador em texto digital falado.

O atendimento do PNBE é feito em anos alternados. Em um ano são contempladas as escolas de educação infantil, de ensino fundamental (anos iniciais) e de educação de jovens e adultos.  No ano seguinte, como ocorrerá em 2013, são atendidas as escolas de ensino fundamental (anos finais) e de ensino médio.
 EBC

Suspensão de ordem contra Guarani-Kayowá

Em virtude da decisão, os 170 indígenas poderão permanecer em uma área de dois hectares dentro da fazenda Cambará até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos
A  suspensão da liminar que determinava a retirada dos índios Guarani-Kaiowá do acampamento Pyelito Kue, na Fazenda Cambará, em Iguatemi (MS), determinada ontem (30) pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região (São Paulo), foi comemorada pelo Ministério Público Federal, Ministério da Justiça e pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. A medida foi tomada em atenção a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai) e do MPF, após intensa mobilização na internet.
 
Em virtude da decisão, os 170 indígenas poderão permanecer em uma área de dois hectares dentro da fazenda Cambará até que os trabalhos de identificação da terra indígena sejam concluídos. A desembargadora Cecilia Mello informou em nota que a Funai "deve adotar todas as providências no sentido de intensificar os trabalhos e concluir o mais rápido possível o procedimento administrativo de delimitação e demarcação das terras". A identificação vem se arrastando há cerca de três anos, quando a Funai assinou um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) com o MPF para examinar a questão territorial dos Guarani-Kaiowá.

Para o procurador da República Marco Antonio Delfino de Almeida, a mobilização popular pela internet foi fundamental para a causa. "A mobilização das redes provocou uma reação raramente vista por parte do governo quando se trata de direitos indígenas", disse Almeida, em nota do MPF. Os Guarani-Kayowá tornaram-se assunto em todo o Brasil, quando divulgaram uma carta na qual declaravam que preferiam morrer coletivamente a deixar suas terras.

A ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, recebeu com entusiamo a decisão, e ressaltou a importância de o Estado brasileiro assegurar o direito à terra, das comunidades tradicionais. “Esse é um importante passo, mas não o definitivo. Para o governo federal, é uma prioridade a atenção às comunidades indígenas e a solução dos conflitos que envolvem a disputa por suas terras”, declarou Maria do Rosário em nota.

A ministra criticou a demora no julgamento, pelo Supremo Tribunal de Justiça (STF), dos processos de reconhecimento de terras. Para Maria do Rosário, essa demora colabora para o agravamento dos conflitos entre indígenas e fazendeiros. “Temos de trabalhar para agilizar o julgamento das ações onde já houve demarcação antropológica que comprova que as terras são indígenas. Quando esses processos ficam parados por um longo prazo, isso acaba gerando mais tensões e ameaças”, destacou a ministra.

Também em nota o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou a ampliação do efetivo da Força Nacional na região. “Diante desse cenário de conflitos, ameaças e delitos, determinamos um reforço no policiamento da Força Nacional, que já está no local com homens e viaturas. O novo efetivo já está em deslocamento. Estamos fazendo um deslocamento por terra justamente por termos a necessidade de viaturas circulando, já que é uma área muito grande. Dentro da análise técnica que foi feita nós teremos um bom efetivo para buscar dar o máximo de segurança e evitar os conflitos na região” explicou o ministro.

Segundo o ministro, por determinação da presidenta Dilma Rousseff, a Funai deverá concluir, em 30 dias, o estudo antropológico que comprova que as terras reivindicadas pela comunidade Guarani-Kaiowá pertencem de fato aos seus ancestrais. “Isso é um avanço muito importante. Esta decisão expressa um posicionamento da presidenta Dilma, que tem nos orientado a cumprir a Constituição, que é, na verdade, o papel que temos de desempenhar”, concluiu Cardozo.

Ato em Brasília

Com rostos pintados, estudantes de escolas e universidades de Brasília se reuniram com representantes de movimentos sociais e indígenas de vários estados, como São Paulo e Mato Grosso, para manifestar o apoio aos guarani kaiowá que lutam há décadas para conseguir a posse da terra em que vivem em Mato Grosso do Sul.
Aluna de uma escola pública, Bianca Gomes de Souza, 16 anos, explicou o motivo da presença dos estudantes  no manifesto: “Esta semana, assistimos a um filme sobre a luta dos guarani. Não sabíamos. Decidimos vir para ajudar no protesto. Queremos que a terra seja dada aos índios já que a terra é deles”, disse.

Bisneta de um índio da etnia Guarani-Kaiowá do Rio Grande do Sul, a nutricionista Denise Camargo da Silva disse que só soube dos episódios em Mato Grosso do Sul pela rede social Facebook.

Emocionada, Denise criticou a falta de informações sobre o que ocorre nas regiões onde vivem índios no país. “Trabalhei em um projeto pela UnB [Universidade de Brasília] e visitei algumas etnias em vários lugares do país. Independentemente do local, eles sofrem, são segregados, discriminados e violentados. E a língua deles poucas pessoas falam. Até isso estamos perdendo e são nossos ancestrais”, criticou a nutricionista.

O manifesto também contou com o apoio de representantes de outros grupos indígenas. É o caso de Manuel Claudionor, índio da etnia Mutina, de Mato Grosso. Ele é estudante e disse que soube do protesto pelas redes sociais. “Vim pelo que acontece na terra dos guarani, que estão perdendo a terra, muitos estão sendo assassinados ou estão se matando pela perda da sua terra, da sua cultura. Somos índios e temos convicção de que todos temos os mesmos direitos. Somos os primeiros habitantes do Brasil”, disse.

O ato que marcou a primeira manifestação pública a favor do povo Guarani-Kaiowá nas ruas da capital federal, desde que os conflitos entre índios e fazendeiros foram retomados, começou a ser organizado por um grupo de estudantes da Universidade de Brasília. “Começamos a divulgar nas redes sociais e rapidamente tivemos a adesão de centenas de pessoas que começaram a mudar seus nomes no perfil do Facebook [acrescentando o nome da etnia Guarani-Kaiowá aos sobrenomes] e confirmaram a presença na passeata. Essas pessoas divulgaram várias informações sobre a realidade desse povo”, explicou Luiza Oliveira, estudante da UnB.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

100% dos royalties do petróleo para educação!

Mercadante defende destinação de 100% dos royalties do petróleo para educação, para cumprir meta do PNE

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, voltou a defender hoje (30) a destinação de 100% dos royalties decorrentes da exploração do petróleo, tanto na camada do pré-sal como na área do pós-sal, à educação. Segundo ele, a proposta, que tem apoio da presidenta Dilma Rousseff, é a alternativa “concreta” para garantir a destinação, em dez anos, de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) ao setor, conforme prevê o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado este mês pela Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 8035/2010, que trata do PNE, ainda será votado no Senado.
 
“A única alternativa real e concreta que eu vejo é vincularmos todos os royalties do petróleo à educação em todos os níveis, federal, estadual e municipal, além de 50% do fundo social [do pré-sal]. Como o petróleo é uma energia não renovável, a que a próxima geração não terá acesso, a nossa obrigação é deixar um Brasil melhor e o único passaporte é a educação”, disse, após participar de um seminário sobre os desafios da educação no Brasil, no Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), em Brasília.

Mercadante acredita que o novo modelo de partilha dos royalties decorrentes da exploração do petróleo na camada pré-sal possa ser votado na próxima semana no Senado.

“Essa proposta tem apoio do governo, agora precisamos de voto no Congresso e não vai ser uma disputa fácil. Estão marcando para votar quarta-feira, não sei se votam. Eu acho que vão votar neste fim de ano”, disse.

O governo já sinalizou que a aprovação, até o final do ano, no Congresso Nacional, do Plano Nacional de Educação (PNE) e do novo modelo de partilha dos royalties é prioridade. A intenção é tratar os dois assuntos de forma casada para que o pré-sal assegure recursos para a educação.


EBC

Serra devia descansar na Grécia!!!

Os internautas são solidários e generosos. Comovidos com mais uma derrota de José Serra, eles têm feito inúmeras sugestões para o justo descanso do eterno candidato do PSDB. Afinal, o tucano está abatido, magoado – com cara de quem bateu num “poste”. 
 
Entre as várias dicas, algumas impublicáveis, achei muito interessante a que foi postada no “blogue, porém limpinho”, antes mesmo do resultado do segundo turno na capital paulista. Ela serve para o rejeitado Serra e também para alguns “calunistas” da mídia, que até hoje morrem de saudade do reinado neoliberal de FHC:



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Grécia Deslumbrante - uma volta à Era de Ouro

Agora não tem jeito: a horda de bolsaleiros - nordestinos sustentados por bolsas-esmolas e mensaleiros lulopetistas que infestaram São Paulo a partir do governo Erundina - ignorou a voz da Razão e, caninamente, preferiu o Poste, em lugar do mais preparado e competente homem público desde Garrastazu Médici.

Mas amargura tem cura. A Demóstenestur, associada à Cachoeira Air Travels, organizou para vocês um inesquecível pacote:

Grécia Deslumbrante, seis dias de nostálgico mergulho nos tempos de FHC.

Entre as atrações de Grécia Deslumbrante, estão incluídas: 

- Economia em crise e sob violenta recessão

- Dívida pública equivalente a 150% do PIB

- Governo tutelado pelo FMI, BCE e bancos internacionais

- Cortes nos serviços sociais, como Saúde, Educação, Previdência

- Desemprego em massa e confisco de direitos trabalhistas

- Privatização de entes e bens estatais

Como opcionais, temos:

- Tropa de choque coibindo democraticamente arruaceiros vermelhos (consulte o posto policial mais próximo para programação)

- Conexão aérea com Dusseldorf, para voo de retorno junto ao ministro do STF Joaquim Barbosa (com direito a fotos e autógrafo) 

Reservas para o pacote (29/10 a 03/11) podem ser feitas na Cetesb - falar com Soninha
 

Besteiras “imortais” de Merval Pereira

Muitos “calunistas” da velha mídia estão com enxaqueca. Eles previram que as esquerdas - principalmente o PT - seriam derrotadas nas eleições municipais; que a liderança do ex-presidente Lula estava “definhando”; que Serra atropelaria o “poste” Fernando Haddad; e que o midiático julgamento do “mensalão” ressuscitaria a oposição demotucana. Erraram feio nas suas previsões – ou melhor, na sua torcida! Entre eles, um merece destaque pelas besteiras “imortais” que escreveu: Merval Pereira, o colunista das Organizações Globo.

Em junho, no artigo intitulado “O mito e os fatos”, publicado no jornal O Globo, ele escreveu: “O candidato do bolso do colete de Lula, o ex-ministro Fernando Haddad, continua sendo apenas isso, mais uma invenção do ex-presidente... Se juntarmos a redução da influência de Lula no eleitorado com a incapacidade demonstrada até agora por Fernando Haddad de ser um candidato minimamente competitivo, teremos uma eleição que sugere ser muito mais difícil para o PT do que parecia meses atrás”.

Na véspera do primeiro turno, Merval Pereira voltou a fazer suas “brilhantes” previsões. “A ‘mais complicada’ eleição paulistana pode acabar deixando de fora da disputa Fernando Haddad, o candidato que o ex-presidente Lula tirou do bolso de seu colete, outrora considerado milagreiro. Terá sido a primeira vez em que o PT não disputará o 2º turno na capital paulista, derrota capaz de quebrar o encanto que se criou em torno das qualidades quase mágicas do líder operário tornado presidente”.

O “imortal” da Academia Brasileira de Letras (ABL) não errou apenas nas suas avaliações sobre a eleição no Brasil. Ele também se destacou neste ano por ter anunciado a morte iminente do presidente da Venezuela. Em fevereiro passado, ele garantiu que “a saúde de Hugo Chávez pode afetar a eleição presidencial. Os últimos exames, analisados por médicos brasileiros, indicam que o câncer está em processo de metástase, se alastrando em direção ao fígado, deixando pouca margem a uma recuperação”.

Por estas e outras bravatas – que confundem jornalismo com torcida partidária –, Merval Pereira deveria ganhar outro prêmio da ABL: o de “imortal em besteiras” publicadas na velha imprensa nativa.
 

Médicos veem relação entre vida urbana e distúrbios mentais

Barulho, trânsito, lixo, pessoas apressadas e se empurrando por todos os lados – a vida nas grandes cidades é estressante. Mas as perspectivas de um emprego melhor, um salário mais alto e de um estilo de vida urbano atraem cada vez mais pessoas às cidades. Se há 60 anos menos de um terço da população mundial vivia em cidades, hoje mais da metade mora em centros urbanos. Até 2050, a estimativa é que essa cota atinja 70%.

“Com o aumento das populações urbanas, o número de distúrbios psíquicos também tem aumentado em todo o mundo”, alerta Andreas Meyer-Lindenberg, diretor do Instituto Central de Saúde Mental de Mannheim. “Somente a depressão custa aos cidadãos europeus 120 bilhões de euros por ano. O custo de todas as doenças psíquicas juntas, incluindo demência, ansiedade e psicose, ultrapassa o orçamento do fundo de resgate do euro. A frequência e a gravidade dessas doenças costumam ser subestimadas”, afirma.

Em 2003, psiquiatras britânicos publicaram um estudo sobre o estado psicológico dos moradores do bairro londrino de Camberwell, uma área que teve um grande crescimento desde meados da década de 1960. Entre 1965 e 1997, o número de pacientes com esquizofrenia quase dobrou – um aumento acima do crescimento da população.

Na Alemanha, o número de dias de licença médica no trabalho relacionada a distúrbios mentais dobrou entre 2000 e 2010. Na América do Norte, recentes estimativas apontam que 40% dos casos de licença estão ligados à depressão.

“Nas cidades pode acontecer de as pessoas não conhecerem seus vizinhos, não conseguirem construir uma rede de apoio social como nas vilas e pequenas cidades. Elas se sentem sozinhas e socialmente excluídas, sem uma espécie de rede social de segurança”, observa Andreas Heinz, diretor da Clínica de Psiquiatria e Psicoterapia no hospital Charité, em Berlim.

Quase não existem estudos consistentes sobre a influência do meio urbano no cérebro humano. Mas pesquisas com animais mostram que o isolamento social altera o sistema neurotransmissor do cérebro. “Acredita-se que a serotonina é um neurotransmissor importante para amortecer situações de risco. Quando animais são isolados socialmente desde cedo, o nível de serotonina diminui drasticamente. Isso significa que as regiões que respondem a estímulos ameaçadores são desinibidas e reagem de maneira mais forte, o que pode contribuir para que o indivíduo desenvolva mais facilmente distúrbios de ansiedade ou depressões”, diz Heinz.

Um dos primeiros estudos feitos com seres humanos parece confirmar essa suposição. Com ajuda de um aparelho de ressonância magnética, a equipe do psiquiatra Andreas Meyer-Lindenberg analisou o cérebro de pessoas que cresceram na cidade e de pessoas que se mudaram para a cidade já adultos.

Enquanto os voluntários resolviam pequenas tarefas de cálculo, os pesquisadores os colocavam sob pressão, por exemplo criticando que eles eram muito lentos, cometiam erros ou que eram piores que seus antecessores.

“Olhamos especificamente para as áreas do cérebro que são ativadas quando se está estressado – e que também têm um desenvolvimento distinto, dependendo da experiência urbana que a pessoa teve. Especialmente as amídalas cerebelosas reagiram ao estresse social, e de maneira mais intensa quando o voluntário vinha de um ambiente urbano. Essa região do cérebro está sempre ativa quando percebemos algo como sendo uma ameaça. Elas podem desencadear reações agressivas que podem gerar transtornos de ansiedade”, explica Meyer-Lindenberg.

Além disso, quem cresceu na cidade grande apresentava, sob estresse, em regiões específicas do cérebro, uma atividade semelhante à apresentada por pessoas com predisposição genética para a esquizofrenia.


Pesquisa melhora planejamento urbano
Em todo o mundo, as cidades estão crescendo muito e se transformando. “Mas não existem ainda dados significativos de como uma cidade ideal deve ser quando se leva em consideração a saúde mental de seus habitantes”, observa Meyer-Lindenberg.

Por isso, o especialista desenvolveu, em colaboração com geólogos da Universidade de Heidelberg e físicos do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe, um dispositivo móvel que pode testar voluntários em diversos pontos de uma cidade. Assim, os pesquisadores podem testar o funcionamento do cérebro em lugares e situações diferentes, como num cruzamento ou num parque.

Juntamente com posteriores análises do cérebro dos voluntários, os pesquisadores esperam obter dados mais concretos de como o cérebro processa os diferentes aspectos da vida cotidiana nas cidades.

Os resultados dessa pesquisa poderão ser de grande valor para a arquitetura e o planejamento urbano, afirma Richard Burdett, professor de estudos urbanos da London School of Economics. Para ele, o neuro-urbanismo, uma nova área do conhecimento que estuda a relação entre o estresse e as doenças psíquicas, pode ajudar a evitar a propagação de doenças psíquicas nas cidades.

“Planejadores urbanos precisam ter em mente que devem encontrar o equilíbrio entre a necessidade de organizar muitas pessoas em pouco espaço e a necessidade de se criar espaços abertos”, acrescenta.

“As pessoas precisam ter acesso a salas de cinema, encontrar-se com amigos e passear nas margens dos rios. Hoje esses aspectos são, muitas vezes, ignorados quando novas cidades são planejadas na China ou na Indonésia. Os arquitetos se preocupam com as proporções e as formas, e os urbanistas, com a eficiência do transporte público. Mas muitas vezes não temos ideia do que isso faz com as pessoas.”

Carta Capital

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Somos todos Guarani-Kaiowás! 9 de Novembro às 17h

Ato Nacional em Apoio ao Povo Guarani-Kaiowá.
DIANTE DESTA AMEÇA À VIDA E AOS DIREITOS HUMANOS, A SOCIEDADE BRASILEIRA ESTÁ SE MOBILIZANDO E SE ORGANIZANDO EM DEFESA DESTE POVO QUE AO LONGO DA HISTÓRIA TÊM SIDO VÍTIMA DE VIOLÊNCIA, MAUS TRATOS, AUSÊNCIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E DESCASO DO GOVERNO FEDERAL.




- Site do movimento:
http://campanhaguarani.org.br/


Abaixo a carta da comunidade Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay-Iguatemi-MS para o Governo e Justiça do Brasil:

Nós (50 homens, 50 mulheres e 70 crianças) comunidades Guarani-Kaiowá originárias de tekoha Pyelito kue/Mbrakay, viemos através desta carta apresentar a nossa situação histórica e decisão definitiva diante de da ordem de despacho expressado pela Justiça Federal de Navirai-MS, conforme o processo nº 0000032-87.2012.4.03.6006, do dia 29 de setembro de 2012. Recebemos a informação de que nossa comunidade logo será atacada, violentada e expulsa da margem do rio pela própria Justiça Federal, de Navirai-MS.

Assim, fica evidente para nós, que a própria ação da Justiça Federal gera e aumenta as violências contra as nossas vidas, ignorando os nossos direitos de sobreviver à margem do rio Hovy e próximo de nosso território tradicional Pyelito Kue/Mbarakay. Entendemos claramente que esta decisão da Justiça Federal de Navirai-MS é parte da ação de genocídio e extermínio histórico ao povo indígena, nativo e autóctone do Mato Grosso do Sul, isto é, a própria ação da Justiça Federal está violentando e exterminado e as nossas vidas. Queremos deixar evidente ao Governo e Justiça Federal que por fim, já perdemos a esperança de sobreviver dignamente e sem violência em nosso território antigo, não acreditamos mais na Justiça brasileira. A quem vamos denunciar as violências praticadas contra nossas vidas? Para qual Justiça do Brasil? Se a própria Justiça Federal está gerando e alimentando violências contra nós. Nós já avaliamos a nossa situação atual e concluímos que vamos morrer todos mesmo em pouco tempo, não temos e nem teremos perspectiva de vida digna e justa tanto aqui na margem do rio quanto longe daqui. Estamos aqui acampados a 50 metros do rio Hovy onde já ocorreram quatro mortes, sendo duas por meio de suicídio e duas em decorrência de espancamento e tortura de pistoleiros das fazendas.

Moramos na margem do rio Hovy há mais de um ano e estamos sem nenhuma assistência, isolados, cercado de pistoleiros e resistimos até hoje. Comemos comida uma vez por dia. Passamos tudo isso para recuperar o nosso território antigo Pyleito Kue/Mbarakay. De fato, sabemos muito bem que no centro desse nosso território antigo estão enterrados vários os nossos avôs, avós, bisavôs e bisavós, ali estão os cemitérios de todos nossos antepassados.

Cientes desse fato histórico, nós já vamos e queremos ser mortos e enterrados junto aos nossos antepassados aqui mesmo onde estamos hoje, por isso, pedimos ao Governo e Justiça Federal para não decretar a ordem de despejo/expulsão, mas solicitamos para decretar a nossa morte coletiva e para enterrar nós todos aqui.

Pedimos, de uma vez por todas, para decretar a nossa dizimação e extinção total, além de enviar vários tratores para cavar um grande buraco para jogar e enterrar os nossos corpos. Esse é nosso pedido aos juízes federais. Já aguardamos esta decisão da Justiça Federal. Decretem a nossa morte coletiva Guarani e Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay e enterrem-nos aqui. Visto que decidimos integralmente a não sairmos daqui com vida e nem mortos.

Sabemos que não temos mais chance em sobreviver dignamente aqui em nosso território antigo, já sofremos muito e estamos todos massacrados e morrendo em ritmo acelerado. Sabemos que seremos expulsos daqui da margem do rio pela Justiça, porém não vamos sair da margem do rio. Como um povo nativo e indígena histórico, decidimos meramente em sermos mortos coletivamente aqui. Não temos outra opção esta é a nossa última decisão unânime diante do despacho da Justiça Federal de Navirai-MS.

Atenciosamente, Guarani-Kaiowá de Pyelito Kue/Mbarakay






Neste evento podemos nos comunicar e agir juntos! Divulguem e compartilhem, convidem amigos, instituições, movimentos sociais, governos locais e todo tipo de organização que possa reforçar esta luta.

IMPORTANTE! A PROPOSTA SÃO MANIFESTAÇÕES PACÍFICAS E APARTIDÁRIAS!!!

Via Facebook

Primeira fábrica de nanopolímeros do Brasil para beneficiar o tratamento da esquistossomose


A pós-graduação de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) inaugurou hoje (26) a primeira fábrica de nanopolímeros do Brasil para aplicação nas áreas médica, biotecnológica e farmacêutica. As primeiras cápsulas vão armazenar o medicamento Praziquantel que trata a esquistossomose, doença que atinge 200 milhões de pessoas em todo o mundo e, no Brasil, é endêmica e aflige 8 milhões de pessoas, sobretudo, crianças. Cada cápsula é mil vezes menor que um fio de cabelo.
 
A nova tecnologia vai permitir que o medicamento entre no organismo humano, transportado por uma cápsula que irá diminuir o tamanho do remédio e que será aberta apenas no local exato onde deve agir contra a doença. De acordo com o professor de engenharia química da Coppe e coordenador dos laboratórios e da fábrica, José Carlos Pinto, o aprisionamento evita que grande parte do remédio se perca no caminho, no estômago e no fígado, antes de atacar os parasitas. Com isso, os nanopolímeros vão diminuir o tamanho do remédio e a dosagem diária (que depende do peso do paciente).


“Com a pílula, o medicamento acaba sendo absorvido pelo organismo e uma parte se perde. Como as bolinhas protegem o produto que promove a cura da doença, você acaba podendo tomar doses menores e a eficiência é muito maior.”

Além disso, segundo ele, o nanoencapsulamento do Praziquantel será muito útil no tratamento das crianças, pois mascara o sabor ruim do remédio e facilita a ingestão.

“O gosto amargo faz com que algumas crianças rejeitem o remédio. A pílula é muito grande e em alguns casos provoca ânsia de vômito. Então, como o remédio está protegido, ele não entra em contato direto com a língua e, como as bolinhas são muito pequenas, elas são apresentadas em forma de um pozinho, a solução pode ser espalhada na água ou no suco e a criança pode beber em uma solução sem gosto.”

Atualmente, o tratamento consiste em aplicações orais de doses diárias de 20 a 60 miligramas/quilo (mg/kg). No mercado são encontradas dosagens de 150, 500 e 600 mg. Uma criança de 3 anos com cerca de 20 quilos, no estado mais grave da doença, precisa ingerir 1.200 mg de Praziquantel diariamente. Nos dias atuais, os comprimidos são muito grandes e amargos.

O projeto conta com a parceria da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com recursos de R$ 11 milhões por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Com uma área de 740 metros quadrados, a fábrica e mais seis laboratórios estão localizados no Laboratório de Engenharia de Polimerização da Coppe. A meta da fábrica é produzir 100 quilos de materiais micro e nanométricos diariamente.

A previsão é de que os testes em animais comecem no ano que vem e que, em 2014, o medicamento comece a ser testado em humanos.

Ainda segundo José Carlos, a fábrica também poderá desenvolver produção de filtros solares avançados que hoje não são comercializados porque têm substâncias que afetam o mecanismo hormonal. “As nanopartículas vão funcionar como uma espécie de filme que aprisiona o filtro solar e possibilita a proteção dos raios solares e impede que ele entre no organismo pela pele.”

Futuramente, a fábrica também produzirá em escala industrial micropartículas de polímeros para tratamento de câncer, por meio da técnica da embolização, que entope os vasos sanguíneos que alimentam os tumores e mata o tecido doente.

EBC

domingo, 28 de outubro de 2012

Governo grego se reúne para definir novas medidas de austeridade

Reformas trabalhistas são principal motivo de discórdia.  Governo quer levar projeto de orçamento ao Parlamento na quarta-feira.

O primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, convocou neste sábado (27), em caráter de urgência, os responsáveis pelos ministérios afetados pelas novas medidas de austeridade para tentar pactuar antes de segunda-feira o novo pacote de cortes, segundo a imprensa local.

Após a reunião, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, disse que o governo da Grécia pretende colocar as reformas trabalhistas exigidas por credores estrangeiros em votação parlamentar, apesar da recusa de um parceiro de coalizão de apoiá-las.

Segundo o portal de notícias 'in.gr', o governo e os três partidos da coalizão (o conservador Nova Democracia, o social-democrata Pasok e o de centro-esquerda Dimar) estão em constante comunicação e espera-se que até domingo possam fechar um acordo.

A posição mais dura é do Dimar, que exige que as medidas de flexibilização do trabalho sejam retiradas ou adiadas. Outra proposta do Dimar é desvincular os cortes da reforma para que o partido possa apoiar apenas os ajustes no orçamento.

Já no Pasok, parte dos seus integrantes mantém reservas em relação às exigências sobre o mercado de trabalho da troika – grupo formado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.


Projeto orçamentárioO governo apresentará o projeto orçamentário de 2013 – que contém a maior parte das novas medidas de austeridade exigidas pelos credores – ao Parlamento na quarta-feira. Enviará ao Congresso também um projeto separado com reformas incluindo as polêmicas medidas trabalhistas, disse Stournaras, neste sábado.

A quase falida Grécia precisa de um acordo abrangente sobre o pacote de austeridade e sobre as reformas para desbloquear sua próxima parcela de ajuda antes que fique sem dinheiro em meados de novembro. A dívida pública bruta grega equivale a 171% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O partido Esquerda Democrática tem o apoio de 16 deputados no Parlamento de 300 cadeiras e o governo – que tem uma maioria de 176 cadeiras – pode passar o pacote sem o seu apoio.

Atenas negocia o pacote de austeridade com líderes da União Europeia e do FMI há meses, mas um acordo final foi adiado pelas objeções do Esquerda Democrática.

"O governo pretende levar o projeto de orçamento ao Parlamento na quarta-feira", disse Stournaras a jornalistas depois da reunião com o primeiro-ministro, Antonis Samaras. O projeto incluindo as reformas trabalhistas será apresentada dias depois, ele disse.

G1

Entidades se dizem alarmadas com discurso do governo Alckmin sobre violência da PM

Crescimento na taxa de homicídios é de 96% em setembro na comparação com 2011; governador volta a pregar linha dura e Secretaria de Segurança Pública fala em aumento de crimes passionais
Com uma média de 4,5 homicídios por dia na cidade de São Paulo, o mês de setembro passou a liderar a série histórica publicada desde janeiro de 2011 pela Secretaria de Segurança Pública do Estado. Os 135 casos registrados no mês passado representam um crescimento de 96% na comparação com o mesmo período de 2011. Nos seis primeiros meses de 2012 o número passou de 900 e o crescimento foi de cerca de 23% em relação ao primeiro semestre do ano passado.
 
Para a diretora-executiva do grupo Conectas Direitos Humanos, Lucia Nader, estes aumentos consecutivos nos casos de homicídios em São Paulo revelam um quadro preocupante. “Onde a violência e o uso da força aparecem como recurso preferencial para a resolução dos impasses na maior cidade do País", afirma, em nota emitida pela entidade. Após a divulgação dos números pela secretaria, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) afirmou que a ordem de seu governo é para “ir para cima”, na mesma linha daquilo que vinha pregando desde o começo da série de estatísticas negativas. 

Hoje, o secretário de Segurança Pública, Antonio Ferreira Pinto, disse durante entrevista coletiva que vai reforçar o número de policiais nas ruas e fazer operações secretas para tentar conter as mortes de policiais no estado. Desde ontem, um policial e outras seis pessoas foram assassindas em São Paulo.

Já alarmante, a situação pode ser ainda pior, já que a Secretaria de Segurança não contabiliza como homicídio doloso os casos que considera como “resistências seguidas de morte” (nos confrontos com policiais, por exemplo), os roubos e os furtos seguidos de morte. De acordo com declarações do Comando Geral da Polícia Militar, o que mais contribuiu para o aumento foram os homicídios passionais, quando ocorrem após brigas em casa ou no trânsito. Para o comando, apenas 5 dos 85 PM mortos desde o início do ano foram assassinados em setembro.

Capão Redondo e Parque Santo Antonio foram os locais com maior número de mortes 18, mais de um a cada dois dias. “Estamos alarmados com a forma como o governo interpreta esses números e reage a essa realidade. As autoridades da área de Segurança Pública de São Paulo fazem uso recorrente de um vocabulário de guerra para justificar o uso da força letal, como se o gatilho fosse, em última instância, o juiz, o tribunal e a pena que recai na maioria das vezes sobre pessoas pobres, negras e de periferia", afirma Lucia.

Para a coordenadora e fundadora do Grupo Mães de Maio, Débora Maria da Silva, a situação do aumento nos números de homicídio ao longo de 2012 evidencia uma situação de calamidade no estado de São Paulo. Segundo ela, os grupos que representam moradores da periferia que sofrem com esta situação vão pedir, mais uma vez, intervenção do Ministério da Justiça junto às autoridades paulistas da área de segurança.

O Mães de Maio foi criado após a onda de ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC) ocorridos em maio de 2006 e que resultaram em mais de 600 pessoas mortas, a maior parte entre moradores da periferia, durante ações repressivas da polícia. “Nós estamos cada vez mais sitiados, com medo de sair de casa, e assustados com a postura das autoridades nesta guerra. Eles, cada vez mais, apresentam um discurso fascista e que encoraja a formação e a ação de grupos de extermínio”, afirma.

Foi querer trollar um químico...se deu mal!!! kkkkk

Biblioteca Nacional caindo aos pedaços!

Prédio histórico do centro do Rio enfrenta problemas estruturais há meses

A Fundação Biblioteca Nacional (FBN) isolou novo perímetro da fachada do prédio-sede da Biblioteca Nacional. Houve queda de pedaços de reboco nesta quinta-feira (25), na área voltada aos jardins e na varanda do terceiro andar. Pessoas que passavam pelo local se assustaram com o incidente.

Segundo a assessoria de imprensa da FBN, foi aberto processo para contratação de empresa especializada para instalação provisória de apara-lixos.
O prédio atual da FBN teve sua pedra fundamental lançada em 15 de agosto de 1905 e foi inaugurado cinco anos depois, em 29 de outubro de 1910
Estão destinados investimentos de R$ 70 milhões para a primeira etapa da recuperação do prédio. Cerca de R$ 30 milhões serão para o restauro das fachadas, instalação do mezanino, revitalização do saguão e de três pavimentos (2º, 3º e 4º), além das obras de conservação dos sistemas elétrico, hidráulico e de ar condicionado.

Em setembro, a reportagem do  iG teve acesso a documento que aponta perigo para funcionários. Há falta de extintores e de vias de escape, hidrantes obstruídos por móveis, portas bloqueadas, má conservação e escadas com lixo até o teto. Local armazena acervo com nove milhões de obras.

 iG

Sepe protesta contra distribuição de livro de autora ligada a Rede Globo

A Secretaria de Estado de Educação está distribuindo para os professores em sala de aula o livro “Depende de vocêcomo fazer de seu filho uma história de sucesso”, da educadora Andrea Cecília Ramal, consultora da TV Globo.

Trata-se
de um livro de auto-ajuda, que pretende atingir os pais e responsáveis dos alunos de nossas escolas.

O Sepe está apurando como se deu a distribuição desse livro, se o governo comprou a edição e o distribuiu – o que equivaleria a pelo menos 60 mil exemplares, número de professores em salas de aula.

O Sepe está convocando um protesto para o dia 5 de dezembro, às 14h, em frente à sede da SEEDUC, no Santo Cristo (Avenida Professor Pereira Reis 119), contra a distribuição deste livro.

O ato é um protesto simbólico contra a forma com que o governo estadual trata a escola pública, privilegiando, no caso, uma autora de uma entidade privada, sem discutir com os próprios professores o conteúdo do livro.

Perguntamos: por que o estado não trabalha com autores da UERJ, uma instituição pública e estadual?

A nosso ver, o livro representa mais um tijolinho na construção que o secretário Risolia e o governador Cabral vêm fazendo na tentativa de desmontar a escola pública, e que inclui a montagem de uma política salarial que fala de bônus, mérito, de gratificação.

Política essa que a mídia aplaude de forma explícita, como fez o jornal O Globo, no dia 20/10, quando atacou, em um pequeno editorial, o próprio Sepe e os profissionais, dizendo que temos que  “arejar a cabeça” etc. Disse mais: que preferimos “ganhar pouco, mas não ser cobrado pelo patrão, no caso, o estado”.

Perguntamos ao jornal: nossas mobilizações por melhores salários e condições de trabalho por acaso são apenas uma farsa? Afirmamos ao O Globo que os profissionais de educação do estado não têm medo de serem cobrados, mas querem que isso ocorra com o governo dando uma contrapartida mínima, que é o cumprimento da lei: a Constituição estadual prevê reajuste salarial anual; uma contrapartida que é a de pagar salários dignos e oferecer boas condições de trabalho. Não isso que está : um piso salarial de R$ 1001,00; salas com 50 alunos; evasão de professores; diminuição do currículo para o aluno etc.

Provocação de O Globo à parte, recomendamos que os ditos formadores de opinião revejam seus conceitos, que mesmo os formuladores da política da meritocracia no exterior, como a educadora norte-americana Diane Ravitch - ex-secretária assistente da Educação nos Estados Unidos no governo Bush, e que também assessorou o governo Clinton. Ravitch, outrora uma defensora da meritocracia, mudou de opinião e hoje prega o fim desta política nas escolas, o fim da privatização do ensino e o fim dos testes padronizados.

A opinião dessa educadora não é pouca coisa.

Não podemos tratar nossas escolas como fábricas, e não podemos tratar nossos profissionais de educação e nossos alunos como mera matéria prima.

Por isso mesmo realizaremos este protestoreivindicamos que a SEEDUC esclareça como (o que foi gasto) e porque está distribuindo este livro; e se foi comprada a tiragem, quanto gastou.

Por tudo isso, o Sepe convoca a categoria a participar do ato, no dia 5 de Novembro, segunda-feira , às 14h.

SEPE RJ

São Paulo amadureceu pela dor

São Paulo está dando o primeiro passo para começar a se livrar de uma quadrilha formada por dois partidos que, há uma década, apesar de subsistirem em terras paulistas, o Brasil vem rejeitando progressivamente: o PSDB e o DEM. E por um consórcio de impérios de comunicação que atingiu o porte paquidérmico que tem hoje graças às incontáveis arcas de dinheiro público que recebeu da ditadura militar pelos favores que lhe prestou.

José Serra, o lunático que o povo de São Paulo ora manda para a aposentadoria, tem todas as características de capo: autoritário, impiedoso, preconceituoso, truculento, cínico e, segundo o livro A Privataria Tucana, desonesto – sua filha e outros parentes, enquanto o governo federal do PSDB vendia patrimônio público a preço de banana, recebiam milhões e milhões de dólares de remessas inexplicáveis do exterior.

Mas o que impôs a Serra a derrota acachapante da vez não foram os questionamentos éticos que, por um misto de cumplicidade da grande imprensa e de covardia de seus adversários políticos, (ainda) não estão sendo apurados, em que pese a CPI aprovada pela Câmara dos Deputados para esse fim, a qual, segundo se sabe, deverá ser instalada no início do próximo ano, na volta dos trabalhos do Congresso.

Como o tema é a eleição em São Paulo, o que se tem que analisar é que tudo o que está acontecendo se deve a que a cidade cometeu um erro fatal em 2004 e outro ainda maior em 2008 e tais erros lhe cobraram um alto preço.

Marta Suplicy foi eleita em 2000 com a missão de reparar a devastação praticada por Paulo Maluf e Celso Pitta na prefeitura ao longo da década de 1990, quando protagonizaram o primeiro grande erro dos paulistanos, o de negar voto a Eduardo Suplicy, indicado por Luiza Erundina, que fizera trabalho saneador da cidade após outra gestão catastrófica, a de Jânio Quadros, que, a exemplo das de Maluf, Pitta, José Serra e Gilberto Kassab, viu máfias se instalarem por toda a administração municipal.

Por omissão criminosa da grande imprensa paulista, São Paulo não sabe que a gestão Kassab está “sub judice”, com vários secretários e o próprio prefeito sendo acusados e investigados pelo Ministério Público por conta das novas máfias que se instalaram na administração municipal de forma a, por exemplo, lucrar com a liberação de construção de imóveis.

A mídia que a ditadura militar legou ao Brasil, porém, escondeu tudo isso do eleitor paulistano no âmbito de sua luta insana contra o Partido dos Trabalhadores, que já remonta a quase a um quarto de século (desde 1989).

Todavia, ainda em 2004, quando a excelente gestão Marta foi interrompida aos meros quatro anos (os grupos políticos de direita que governaram a cidade tiveram todos oito anos) assim como ocorreu com a de Erundina, já se sabia que a retomada das práticas criminosas e socialmente irresponsáveis que a direita iria impor à cidade cobrariam desta um preço, de forma que a conscientização do paulistano sobreviria, se não pelo amor (racionalidade), ao menos pela dor.

A cidade, pois, foi entregue a dois homens que utilizariam a administração municipal como trampolim para seus projetos políticos. Serra ficou no cargo pouco mais de um ano, pois se candidatou a prefeito em 2004 apenas para ganhar musculatura e recursos para disputar o governo do Estado dois anos depois, governo que também abandonaria para disputar a Presidência da República em 2010.

Kassab, assim como o padrinho político, também abandonou São Paulo na mão de assessores corruptos para montar um partido político, o PSD, que reúne, se não o que de pior havia no PSDB e no DEM, boa parte do lixo político que infecta esses partidos.

Enquanto Serra e Kassab se dedicavam aos seus projetos políticos, o caos foi se implantando na capital paulista. Violência, criminalidade, falta de mobilidade urbana, sujeira, abandono da população de rua (que explodiu), serviços públicos de quinto mundo, piores salários de servidores municipais, corrupção desbragada… Ufa! São Paulo, que quando Marta deixou o governo era uma cidade complicada, chegou ao inferno.

E a São Paulo de hoje não é ruim apenas para os pobres, apesar de, para estes, ser muito pior. É ruim também para os ricos. A cidade viu, nessa administração nefasta que caminha para o ostracismo e para a vergonha histórica, ocorrerem até o que nunca antes ocorrera: enchentes em bairros ditos “nobres”. Isso sem falar que a cidade é hoje uma praça de guerra com dezenas de assassinatos todos os dias, sobretudo à noite.

A eleição de Fernando Haddad é, portanto, o primeiro passo para tirar não só a capital paulista das mãos da quadrilha demo-tucano-midiática, mas, sobretudo, o governo do Estado, pois São Paulo está encolhendo diante de um Brasil que cresce e se desenvolve como nunca se viu, tudo graças a um grupo político que governa fechando as portas às políticas públicas do governo federal que estão fazendo outras regiões progredirem muito mais.

O povo de São Paulo precisou passar pela autoflagelação que se impôs com a eleição do atual grupo político que governa a cidade de forma a acordar. E, repito, se não foi pelo amor, foi pela dor que amadureceu, pois eleição é coisa séria, não pode ser confundida com as disputas retóricas do futebol, mas o paulistano, instigado pela mídia partidarizada e irresponsável, vinha votando com o fígado em vez de votar com o cérebro.


Se urna pode condenar, também pode absolver

Desde que, acima de qualquer outra, a vitória de Fernando Haddad ameaçou comprovar que o povo brasileiro não acredita na orgia midiática em torno do julgamento do mensalão, os mesmos pistoleiros da mídia que previram que o PT, além de ser “condenado” pelo Supremo Tribunal Federal, também seria condenado pelas urnas, mudaram o discurso.

Não há colunista, editorialista ou veículo integrante do Partido da Imprensa Golpista que, antes de se configurar a imensa vitória eleitoral que o PT teve em 2012, não tenha dito que as urnas se coadunariam com a mídia e com o tribunal de exceção de forma a condenarem o PT.

Após 7 de outubro, quando o PT se tornou, mais uma vez, o partido mais votado do Brasil ao mesmo tempo em que o conclave demo-tucano-midiático-judiciário mandava o Estado de Direito às favas e inaugurava a era dos presos políticos no país, esses pistoleiros da opinião passaram a dizer que “urnas não absolvem” o PT, como se este estivesse sendo julgado.

O PT não foi a julgamento, mas se o veredicto das urnas, segundo a pistolagem midiática, servia para condenar o partido, por que é, diabos, que não serve para absolver?

Pergunte-se, leitor, o que o PIG estaria dizendo se o PT tivesse sido arrasado eleitoralmente em todo o país. As manchetes, inequivocamente, seriam no sentido de que o povo, assim como o STF, condenou os “mensaleiros”, o PT e Lula, ainda que estes dois últimos não tenham sido sequer acusados formalmente.  Portanto, as urnas absolveram, sim, Lula e o PT.

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