domingo, 28 de outubro de 2012

Governo grego se reúne para definir novas medidas de austeridade

Reformas trabalhistas são principal motivo de discórdia.  Governo quer levar projeto de orçamento ao Parlamento na quarta-feira.

O primeiro-ministro grego, o conservador Antonis Samaras, convocou neste sábado (27), em caráter de urgência, os responsáveis pelos ministérios afetados pelas novas medidas de austeridade para tentar pactuar antes de segunda-feira o novo pacote de cortes, segundo a imprensa local.

Após a reunião, o ministro das Finanças, Yannis Stournaras, disse que o governo da Grécia pretende colocar as reformas trabalhistas exigidas por credores estrangeiros em votação parlamentar, apesar da recusa de um parceiro de coalizão de apoiá-las.

Segundo o portal de notícias 'in.gr', o governo e os três partidos da coalizão (o conservador Nova Democracia, o social-democrata Pasok e o de centro-esquerda Dimar) estão em constante comunicação e espera-se que até domingo possam fechar um acordo.

A posição mais dura é do Dimar, que exige que as medidas de flexibilização do trabalho sejam retiradas ou adiadas. Outra proposta do Dimar é desvincular os cortes da reforma para que o partido possa apoiar apenas os ajustes no orçamento.

Já no Pasok, parte dos seus integrantes mantém reservas em relação às exigências sobre o mercado de trabalho da troika – grupo formado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), Banco Central Europeu (BCE) e Comissão Europeia.


Projeto orçamentárioO governo apresentará o projeto orçamentário de 2013 – que contém a maior parte das novas medidas de austeridade exigidas pelos credores – ao Parlamento na quarta-feira. Enviará ao Congresso também um projeto separado com reformas incluindo as polêmicas medidas trabalhistas, disse Stournaras, neste sábado.

A quase falida Grécia precisa de um acordo abrangente sobre o pacote de austeridade e sobre as reformas para desbloquear sua próxima parcela de ajuda antes que fique sem dinheiro em meados de novembro. A dívida pública bruta grega equivale a 171% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O partido Esquerda Democrática tem o apoio de 16 deputados no Parlamento de 300 cadeiras e o governo – que tem uma maioria de 176 cadeiras – pode passar o pacote sem o seu apoio.

Atenas negocia o pacote de austeridade com líderes da União Europeia e do FMI há meses, mas um acordo final foi adiado pelas objeções do Esquerda Democrática.

"O governo pretende levar o projeto de orçamento ao Parlamento na quarta-feira", disse Stournaras a jornalistas depois da reunião com o primeiro-ministro, Antonis Samaras. O projeto incluindo as reformas trabalhistas será apresentada dias depois, ele disse.

G1

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