sábado, 17 de novembro de 2012

Espião em sala de aula? E ainda representante do Banco Mundial?

O que o Banco Mundial entende de Educação?

      Wikipédia – Banco Mundial é uma instituição financeira internacional que fornece empréstimos para países desenvolvidos em programa de capital.
    O Banco é composto por duas instituições: Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD) e Associação Internacional de Desenvolvimento (AID). O Grupo Banco Mundial abrange estas duas e mais três: Sociedade Financeira Internacional (SFI), Agência Multilateral de Garantia de Investimentos (MIGA) e Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI).
É disso que o Banco Mundial entende. Os 168 representantes de países em todo o mundo, membros desta instituição financeira definem juntos, quais as melhores estratégias para explorar com maior eficácia os países da América Latina e outros também com sérios problemas sociais. Com a máscara da colaboração a países “menos afortunados”, emprestam dinheiro a juros escorchantes. Impagáveis.
 
Os agiotas mundiais não conformados com a já absurda exploração, resolveram também dar um “jeitinho e ensinarem” aos países devedores a economizar mais ainda naquilo que consideram gastos excessivos e supérfluos na saúde e educação.

Espionagem em sala de aula, constrangimento, coação, assédio e desrespeito ao direito de imagem

Com o objetivo de tentar demonstrar a ineficiência do professor, Rizolia adotará um “projeto-piloto que visa a medir a eficiência dos professores em sala de aula”… O objetivo é apontar e espalhar boas práticas e, em um segundo momento, fazer com que esses resultados levem a programas de bonificação por performance.” ( Jornal O Globo) Admitem, por mais absurdo que possa parecer, que esta “observação” será feita por pessoas “treinadas” pelo Banco Mundial. Mas não ficam por aí. Vejam a matéria completa no link do nosso site.
O projeto consiste em enviar um observador para as salas de aula, que fotografará 10 momentos da aula por 15 segundo para, segundo eles, medir o tempo usado em classe para a construção do conhecimento. “O objetivo é utilizar o método da observação para ajudar a desvendar a caixa preta da sala de aula e melhorar a performance do professor” Declarou a secretária Cláudia Costin, quando tentou implementar este método na rede municipal há dois anos. O governo do Estado garante em matéria do Jornal O Globo que o projeto é o mesmo projeto fracassado na rede municipal.

Algumas observações:

Em primeiro lugar não precisamos do Banco Mundial para financiar pesquisas para ter informações sobre a sala de aula. Basta uma pesquisa com os próprios professores. Mais uma vez, no lugar de gastar diretamente na educação pública, o governo monta mais esquemas de culpabilização dos professores.

Dito isto, vamos então ao que de fato pode melhorar a performance do professor:

· Menos alunos em sala de aula;
· tempo para planejamento;
· contratação de mais profissionais;
· presença de profissionais como psicólogos, assistentes sociais e outros para acompanhar os problemas dos alunos;
· aumento salarial para que o professor não precise fazer duplas, triplas e muitos outros etecéteras.

O artigo 5º, da Constituição garante o direito de imagem é inviolável, assim como a proteção à reprodução de imagens.


O constrangimento que este projeto criará em nossas aulas também está previsto no código penal.


Quem é professor sabe bem que a entrada de qualquer pessoa em nossa sala de aula gera uma dispersão da atenção dos alunos prejudicando assim o desenrolar de nossa aula. Podemos imaginar o que aconteceria mediante a presença de pessoas totalmente estranhas em nossas aulas.


Mas o objetivo verdadeiro que vem desenvolvendo a senhora Costin e o senhor Rizolia é o de privatizar a educação no nosso município e Estado, favorecendo amigos empresários. E para isso precisam provar o quanto somos “incompetentes”. Desqualificar nosso trabalho e destruir qualquer possibilidade de reação de nossa categoria.

 

Diga NÃO à espionagem em sala de aula!

 

Por isso professor, não se intimide. Você não é obrigado a aceitar em sua sala de aula ninguém que vá fazer o trabalho de espionagem, rompendo com princípios de sua autonomia e com aqueles que regem a constituição brasileira. E se você souber que sua escola será uma das “escolhidas para essa “visita” ligue para o Sepe, ou Regional 7 do Sepe. Chame seu representante. Se houver qualquer tentativa de coação, assédio moral no sentido de te obrigar a aceitar esta violação a seus direitos reaja.


Professor, não permita nenhum estranho em sua sala de aula.
Caso alguém insista em permanecer em sua sala sem a sua autorização:

1. Retire-se de sua sala e avise que seu retorno será garantido a partir da ausência de pessoas estranhas a sua aula.
2. Relate por escrito e pegue assinaturas da comunidade escolar como testemunho de que você foi obrigado a ausentar-se de sua sala pela presença de elementos estranhos ao seu local de trabalho.
3. Chame imediatamente o seu representante, o Sepe para que ele acione o seu    departamento jurídico contra este arbítrio do governo.

Regional 7 - SEPE RJ 

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