sábado, 6 de julho de 2013

Perigoso ocaso da experiência profissional

Até 1970, a experiência profissional contava muito. Cabelos brancos eram respeitável crachá profissional. Lembro-me do especial valor que o engenheiro ia conquistando ao longo do tempo. Com 10 anos de experiência ficava muito valorizado. Com 15 ou mais, melhor ainda. Não só para engenheiros, mas para inúmeras outras profissões. Mas, são tempos passados. Salvo exceções, por conta da tecnologia, ter experiência pode não significar muita coisa.

A fantástica tecnologia vai ocupando lugar da experiência, cada dia mais apta a ser inserida em qualquer processo de produção, intelectual e ou braçal, dos simples aos mais sofisticados e complexos, ocupando lugar da experiência, ocupando lugar do trabalhador, com grandes vantagens. Com isso os jovens profissionais a cada dia mais estão presentes em todas as partes da produção. Salvo em certas atividades, a turma de cabelos brancos vai perdendo importância, perdendo espaço, substituída por jovens, em todo o mundo.

Dona Tecnologia prossegue exterminando as bases da estrutura capitalista, acabando com o polo consumidor, substituindo o trabalho humano, botando no olho da rua milhares de trabalhadores. Acabando com a classe operária, enfraquecendo o polo consumidor. Por conta da tecnologia, os baixos salários vão se tornando regra. Salvo exceções, com pouco estudo e boa agilidade mental, o candidato de hoje está apto a trabalhar nas maiorias das atividades. Por outro lado, quem ganha pouco ou fica desempregado, perde poder de consumo. É a lógica do sistema.

A velha experiência tão engrandecida no passado, vai rapidamente perdendo espaço, tornando o trabalhador mais vulnerável, descartável, substituível por outro mais barato e mais produtivo. Fragilizando o poder de consumo por conta do baixo poder aquisitivo dos novos trabalhadores, somado aos milhares desempregados. Sem maiores exigências e tempo de estudo, não há razão para se pagar melhor. É a lógica do mercado.

ÉTICA E HONESTIDADE
Por outro lado, a boa ética e honestidade no sistema capitalista não condiz muito com a natureza desse sistema, nada ético, muito menos, honesto. Basta perceber que não é possível acumular riquezas sem subtrair de quem as produziu. Todas as riquezas existentes no mundo foram elaboradas pelo trabalhador, que fica com muito pouco do que produz, salvo minoria especializada e ou privilegiada. De acordo com os últimos números, haveria cerca de 4 mil bilionários na minúscula Terra, a mesma que leva a bordo quase 4(quatro) bilhões de excluídos. Sideral injustiça. Imenso barril de pólvora.

Da gigantesca concentração de riquezas em mãos de poucos, resulta em excluídos, favelas, revoltas, atrocidades e, especialmente as guerras, fundamentadas em cínicos pretextos, buscando a pilhagem pela força das armas, bem evidenciadas nas invasões militares lideradas pelos EUA, do Iraque e da Líbia, em busca da posse e controle das gigantescas reservas de petróleo dessas desarmadas nações, destituídas de um mínimo de poder de fogo nuclear.

Por conta da insegurança global do capitalismo, cada dia maior, o mundo toma conhecimento “estarrecido” da oficial violação das comunicações nos EUA, por certo, em todo o mundo capitalista, inclusive na malha mundial da internet. Haja inseguranças no “mundo livre”. Afinal, a velha política externa dos EUA faz muitos inimigos. Por isso mesmo, não conseguem fechar a prisão de Guantánamo, conhecido centro de torturas, de grande utilidade na cabeça do selvagem poder norte-americano.

Welinton Naveira e Silva  Tribuna

Nenhum comentário: